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Quarta-feira, 26 de junho de 2024

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Copeiro de churrascaria e dono de loja: Jimi Hendrix foi preso por tráfico e movimentou mais de R$ 280 mil em dois meses

Foto: Reprodução

Jimi Hendrix, no detalhe da foto

Jimi Hendrix, no detalhe da foto

Jimi Hendrix, preso no âmbito da Operação Doce Amargo III por supostamente ser fornecedor de drogas, especialmente maconha, é copeiro da Churrascaria Nativas, em Cuiabá, e detentor de 100% do capital social da empresa La Casa da Moda, segundo a Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE).


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No entanto, conforme dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) apresentados pela Inteligência da Polícia Judiciária Civil, ele movimentou R$360 mil em um curto período, via transações fracionadas a pessoas com passagens criminais por tráfico, sendo que uma delas já foi detida em outra ação policial em posse de 1,5 tonelada de maconha.

Com renda presumida em 2 salários-mínimos, Jimi Hendrix transacionou R$289 mil de maneira fragmentada com dezenas de contrapartes, tanto no crédito como no débito, mesmo tendo apenas 14 mil em sua conta, segundo dados do Coaf.

Ele tem 29 anos de idade, residente de Várzea Grande, com renda presumida de R$3.276,14, não possui registro profissional e tem participação societária em empresa do ramo de comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios.

Além de ser preso suspeito de fornecer maconha em Cuiabá, ele chamou atenção do Conselho Financeiro por elevar as movimentações de suas contas, mas sem que os valores fossem percebidos pela loja a qual é proprietário.

“Vale destacar que os recursos foram destinados principalmente a um indivíduo já reportado ao COAF em duas ocasiões, uma empresa de treinamentos, e um soldado da Polícia Militar do Estado do Amazonas, sem justificativa aparente, além de 51,39% destinados a outras 60 contrapartes que podem indicar artifício para burla da identificação da origem, do destino, dos responsáveis ou dos destinatários finais”, diz trecho do relatório.

Jimi Hendrix foi alvo de mandado de prisão cumprido no início de março, no âmbito da Operação Doce Amargo III e, agora, teve suas movimentações bancárias examinadas em pormenores pelo Coaf.

Segundo as investigações, Jimi era associado com Everton “Torinho”, e eles praticavam o tráfico de entorpecentes na capital.

“Consta nos autos que Jimi Hendrix (“Deus é Fiel”), supostamente, é o fornecedor de drogas de Fabiano Saffe, e que possui um “entregador” para auxiliá-lo. Foi preso anteriormente em posse de drogas sintéticas (ecstasy e skunk). Sua identificação foi possível através da chave pix cadastrada com o numeral. Nos diálogos objeto do Relatório de Investigação, Jimi Hendrix é procurado por Fabiano para o fornecimento de colômbia”, diz trecho da decisão que decretou sua prisão e bloqueou suas contas bancárias.

Relatório da Coaf

No relatório encaminhado pelo delegado Pablo Bonifácio Carneiro ao Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO), onde tramita a ação da operação, foram identificadas transações superiores à R$45 milhões, entre crédito e débito, entre contas de pessoas com passagens criminais, por tráfico, associação para o tráfico e organização criminosa.

Dentre pessoas já “conhecidas” pela polícia, como o DJ Patrike Noro, que foi alvo da operação Hermes por suspeita de venda ilegal de mercúrio, o COAF também identificou o produtor rural Lucas Capeleto, alvo da Doce Amargo, a veterinária Tatiana Matos Zangrande, a assistente social Lucieni dos Anjos Barbosa e o copeiro da churrascaria Nativas Grill, em Cuiabá, Jimi Hendrix Alves da Silva.

Dados do COAF constataram que Lucas Capeletto, identificado como produtor rural, fez mais de 400 transações suspeitas e superior à sua capacidade declarada, de R$ 295.000,00 anuais. O relatório evidenciou que ele movimentou mais de R$ 15 milhões, entre 2019 e 2023, sendo as transferências classificadas como “risco máximo para lavagem de dinheiro”.

Veterinária Zootecnista, Tatiana Mattos Zangrande também foi alvo das análises. À polícia, ela informou renda mensal de R$25 mil. Ocorre que entre 2019 e 2020, ela movimentou, em diversas transferências,  mais de R$5 milhões. A conclusão do Conselho é de que tal movimentação foi incompatível ao patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente.

Lucieni dos Anjos Barbosa é assistente social e informou renda mensal de R$ 31.311,44 e patrimônio de R$ 150 mil, sem participação societária em empresas. A renda de R$ 31.311,44, não ampara a movimentação, visto que a conta acolheu o montante a crédito no valor de R$ 2.148.689,36, no período analisado, entre 2020 e 2021. Em 2022, com várias fragmentações sobre as transações, ela teria movimentado mais de R$6 milhões, inclusive com Lucas Capeletto. Deste total, pelo menos 3 milhões foram movimentados via PIX.

Os dados do relatório chamaram atenção da DRE sobretudo pelas diversas transações feitas pelos investigados à alvos da Operação Doce Amargo, indivíduos que ostentam diversas passagens criminais, inclusive sobre tráfico e lavagem de dinheiro.

Veja a lista completa dos suspeitos que tiveram as movimentações analisadas pelo COAF:
Everton de Oliveira Silva
Vitor Hugo Santana Mateus
Marlize de Lima Rodrigues
Pedro Eloy Ribeiro Astorga
Wender Patrick Sampaio do Nascimento
Jimi Hendrix Alves da Silva
Lucas Capeletto
Tatiana Matos Zangrande
Patrike Noro de Castro
Lucieni dos Anjos Barbosa
Wellington Rafael Santos da Silva
Leandro da Silva Zeilinger
Elias Barbosa de Novaes Júnior
Jonas Santos Ferreira
Artur Gallio de Oliveira
Sidnei Pereira dos Santos
Pablo Antônio de Lima
Aleff Bruno Santos
Kelton Fernando dos Santos Silva
Leonardo Viana Pastor
Luiz Gustavo de Almeida Silva
Débora Cristiane Franquini Otávio
Thales Henrique Ferreira de Souza
Jéssica Silva de Oliveira
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