Cheque de R$ 10 mil assinado pelo vice-prefeito de Cáceres (255km de Cuiabá), o médico Odenilson José da Silva (Republicanos) demonstra possível ligação entre ele e dois alvos da Operação Ápate, deflagrada em junho para desarticular grupo que realizou fraudes no concurso da prefeitura de Mirassol D’Oeste (300km da capital). A informação consta em pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil de Mato Grosso à juíza da 3ª Vara da Comarca de Mirassol. Procurada, a assessoria jurídica de Odenilson emitiu nota de posicionamento negando qualquer hipótese que pudesse o conectar com os fatos apurados na investigação. Confira abaixo o posionamento completo do médico.
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O Olhar Direto acessou o relatório da investigação e, do documento, é possível ver os detalhes do esquema criminoso, encabeçado pelo advogado Jussemar Rebuli Pinto.
O cheque de R$ 10 mil foi assinado pelo vice-prefeito emitido para a Cerâmica Dois Irmãos. No documento, a Polícia levanta a hipótese de que esse valor teria sido relacionado a dois alvos da operação, que constavam na lista para aprovação no concurso.
O nome de Eliani Cristina Magio e Wesley Magio Vieira estavam na lista de 35 nomes enviada por Jussemar, e concorreram para o cargo de Auxiliar Administrativo, com rendimento mensal de R$ 1.778,69 e arquiteto Urbanista, com salário de R$ 3 mil.
A investigada ficou classificado em 3º lugar. Já seu filho, Wesley foi aprovado em 1º lugar para o cargo. Segundo o relatório, embora não há conversa direta de Eliani e Wesley com Jussemar, as folhas de cheque que o investigado (Jussemar) determinou que sua esposa Débora depositasse, há duas folhas relacionadas aos aprovados, sendo um deles emitido por Odenilson.
Na primeira folha, a investigação identificou ser cheque de R$ 29.532,15, do banco Cooperativa Sicredi, pertencente a empresa Dois Irmãos. A segunda pertencente a Odenilson, de dez mil, datado de 22 de fevereiro de 2022, dias antes do certame para o nível superior, marcado para o dia 27.
Operação foi deflagrada pela Polícia Civil na última quinta-feira (29) para o cumprimento de 84 ordens judiciais. A quadrilha fraudou ingresso no concurso municipal que tinha vagas para diversas áreas, como odontologia, arquiteto, enfermeiro, pedagogo, com salários de até R$ 18 mil.
Justiça decretou as prisões preventivas do operador do esquema, Jussemar, que ainda segue foragido, do proprietário da empresa realizadora do concurso, a Método Soluções, do empresário Rafael Fabri dos Santos, e da chefe de gabinete Regina porto e do vice-prefeito de Porto Esperidião, Antônio Carlos Laudivar Ribeiro.
Outro lado
Por meio de nota, a assessoria jurídica de Odenilson emitiu posicionamento rechaçando qualquer ligação dele com os fatos investigados no âmbito da Operação Ápate. Conforme Simões Santos, Nascimento & Associados - Sociedade de Advocacia, que patrocina o vice-prefeito, a realidado dos fatos é que ele emitiu o referido cheque repassado em forma de pagamento à empresa Cerâmica Dois Irmãos LTDA., por decorrência de locação de equipamentos para a sua propriedade rural Olhos do Pantanal, que está devidamente registrada.
"Ao analisar o cheque juntado na reportagem, é evidente que a sua emissão foi como forma de pagamento dos serviços prestados pela Cerâmica Dois Irmãos LTDA à Odenilson José da Silva, tratando-se de uma relação comercial comum entre prestador e tomador de serviços. O Dr. Odenilson José da Silva repudia o uso desse fato pela mídia que, em nenhum momento apurou com compromisso a realidade dos fatos para levar aos seus leitores informações sem vícios, com a explanação real e verdadeira dos fatos, com o real cunho informativo que se espera de uma matéria jornalística, ao invés de um teatro sensacionalista e desconexo com a realidade, agindo com má índole e falta de ética", diz trecho da nota.
