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Terça-feira, 10 de setembro de 2024

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EX-GENRO DO DEPUTADO CATTANI

Ex de Raquel Cattani consegue alvará de soltura por porte ilegal de arma, mas é mantido preso por assassinato

Foto: Reprodução

Ex de Raquel Cattani consegue alvará de soltura por porte ilegal de arma, mas é mantido preso por assassinato
Ex-companheiro de Raquel Cattani e responsável por encomendar sua execução, Romero Xavier conseguiu alvará de soltura em relação à sua prisão em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. Ele não pagou a fiança de R$ 8 mil e o juiz Fábio Petengill, da 2ª Vara Criminal de Lucas, concedeu o alvará constatando a pobreza presumida de Romero. Porém, ele continuará preso em razão de ter mandado matar Raquel.


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Filha do deputado Gilberto Cattani, Raquel foi assassinada com mais de 30 facadas pelo irmão de Romero, Rodrigo Xavier, no dia 19 de julho. Rodrigo recebeu R$ 4 mil do irmão para cometer o crime. Eles foram presos em flagrante no dia 24.

No momento da prisão, os policias encontraram um verdadeiro arsenal na casa de Romero e, portanto, ele também respondeu pelo crime de porte de arma de fogo de uso restrito sem autorização. Na prática, Romero foi preso respondendo por ter encomendado a morte de Raquel e pelo porte irregular.

Na casa de Romero, os policiais encontraram duas espingardas, uma pistola Taurus calibre 9 milímetros, 223 munições intactas, 143 cartuchos calibre vinte, 259 munições calibre 38, coldres, carregadores e arma de pressão.  O arsenal, segundo Romero, seria para se proteger.

Na ação sobre a questão dos armamentos encontrados, o juiz condicionou sua liberdade ao pagamento da fiança. Como ele não pagou os R$ 8 mil que foram arbitrados, o magistrado resolveu concedê-lo liberdade provisória mediante cautelares, e expediu seu alvará de soltura.

Contudo, na ordem, o juiz asseverou que Romero somente seria colocado em liberdade caso não tivesse preso por outro motivo. Desta forma, então, Romero não se livrará do cárcere porque ele também foi detido em flagrante pelo homicídio de Raquel.

“Recolhido o valor da fiança, expeça-se o competente alvará de soltura, inserindo-se no BNMP, colocando-se imediatamente custodiado em liberdade, salvo se por outro motivo preso estiver”, anotou o magistrado.

Presos pelo homicídio

Romero e Rodrigo foram presos pela Polícia Civil no dia 24 pelo crime de homicídio qualificado. Foram identificados como autores o ex-marido de Raquel, que planejou o crime, e o irmão dele, que matou a vítima e montou a cena na residência para que parecesse um crime patrimonial.

Foram diversas diligências ininterruptas realizadas desde que a Polícia Civil foi acionada na manhã da última sexta-feira, 19 de julho, no assentamento Pontal do Marape, a 150 quilômetros da cidade de Nova Mutum, onde a vítima residia e trabalhava.

Durante a análise no local do crime, apesar da aglomeração no local, um investigador notou que a janela do quarto dos filhos da vítima havia sido arrombada. Diante dessa evidência, foi solicitada a extração de eventuais impressões digitais, que foi realizada pela Perícia Oficial e Identificação Técnica de Mato Grosso (Politec).

A equipe da Polícia Civil, ainda no local, apreendeu um televisor que continha também algumas pegadas.

As diligências prosseguiram e, diante da desconfiança de uma cena que poderia ter sido armada, a atenção foi voltada ao ex-marido, Romero Xavier, que mantinha comportamento possessivo e não aceitava o término da relação com a vítima.

Em novos levantamentos, a Polícia Civil descobriu que o irmão de Romero, o suspeito Rodrigo Xavier, tinha diversas passagens por furtos e outros crimes, além de ter sido usuário de entorpecentes no passado.

O delegado assinalou que um dos pontos investigados foi que Romero, até antes do término da relação, se mantinha distante do irmão. Contudo, após o fim do casamento, ambos passaram a se encontrar e trocar mensagens.

Na sequência das diligências, o delegado de Nova Mutum, Edmundo Félix, tentou contato com Rodrigo, para que este fosse ouvido pela Polícia Civil, mas o suspeito se esquivou por várias vezes e apresentou inconsistências em sua versão, dizendo que estava morando em uma fazenda.
 
As equipes da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos e da Regional de Nova Mutum, então, se dirigiram até o endereço de Rodrigo, na cidade de Lucas do Rio Verde. Após horas de vigilância, ele chegou na residência e, ao ser entrevistado, apresentou muito nervosismo com a presença dos policiais.

Da porta que estava aberta, as equipes observaram um frasco de perfume feminino, em cima de uma bancada. Diante da evidente suspeita, ele confessou o homicídio de Raquel Cattani.

Na casa foram encontrados frascos de perfume, um aparelho de som, um cinto, um porta-celular e uma faca, todos os objetos pertencentes à vítima.

Durante a entrevista, a equipe investigativa reuniu informações que esclareceram que Rodrigo praticou o crime a mando do irmão, Romero, e levou alguns objetos da casa para simular um latrocínio e embaraçar as investigações da Polícia Civil.

O delegado Guilherme Pompeo destacou ainda que durante a prisão de Rodrigo foi verificada que a bota que ele utilizava no momento possuía total semelhança com a pegada encontrada na televisão na casa da vítima.
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