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Segunda-feira, 09 de setembro de 2024

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ALVO DA RAGNATELA

Acusado de lavar dinheiro para o CV, ex-assessor de vereador da capital tem prisão mantida pela presidente do STJ

Foto: Reprodução

Acusado de lavar dinheiro para o CV, ex-assessor de vereador da capital tem prisão mantida pela presidente do STJ
A presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Maria Thereza Assis Moura, manteve a prisão preventiva de Elyzio Jardel Xavier Pires, ex-assessor parlamentar de vereador e supostamente membro do Comando Vermelho. Decisão que negou habeas corpus ajuizado em favor do réu foi proferida na última sexta-feira (2).


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Pires é denunciado pelo Ministério Público por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção no âmbito da Operação Ragnatela, que desmantelou esquema que lavou mais de R$ 50 milhões via shows nacionais de funkeiros, grandes nomes do pagode e sertanejos. Agentes públicos também integravam a trama criminosa, facilitando as licenças e alvarás para os eventos.

Ele ajuizou habeas corpus pedindo a revogação da prisão, ou a substituição por medidas cautelares. Examinado a pretensão, a ministra anotou que não poderia conceder ordem, uma vez que o colegiado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso ainda não analisou o requerimento.

Além disso, Maria Thereza anotou que a prisão dele foi decretada pela necessidade de garantia da ordem pública, em razão de o paciente ser, em tese, integrante de organização criminosa, bem como que tal ordem foi proferida com a devida fundamentação. “Ante o exposto, indefiro liminarmente o presente habeas corpus”, decidiu.

Denunciado

Para evidenciar a ligação entre a facção, casas de shows e produtoras, o Ministério Público apresentou, na denúncia contra 14 alvos da Operação, um diálogo em que Elyzio, também membro da G12 produções, reclama que estava sofrendo prejuízos com os eventos, e que os faccionados que investiam na promoção dos shows estão presos ou mortos.

Assessor parlamentar, Jardel é apontado como membro do CV e sócio do também alvo e assessor, Rodrigo Leal, os quais possuem sociedade em diversos empreendimentos, entretanto, tais empresas constam em nome de laranjas, como ocorre no estabelecimento conhecido como “Strick Pub”, usado para lavar capitais para a facção.

O Ministério Público verificou que Jardel, em diálogo com pessoa identificada como Luana, reclama sobre prejuízos com os shows nacionais, e que os faccionados que investiam na promoção dos mesmos estão presos ou mortos, “dificultando o gasto de dinheiro em eventos e demonstrando, mais uma vez, a ligação do grupo G12 com o Comando Vermelho”, diz trecho da denúncia.

“Os bandidos que gastava dinheiro mesmo, tá tudo morto, ta tudo sendo preso, acabando corre, esse... nós que gastava o dinheiro, cê entendeu?”, diz trecho da conversa interceptada.

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso apresentou uma denúncia formal contra diversos indivíduos, incluindo integrantes da facção, promoters e agentes públicos, acusados de formar a organização criminosa cujo objetivo é lavar dinheiro proveniente de atividades ilícitas.

De acordo com as investigações, a organização criminosa era liderada por Joadir Alves Gonçalves, conhecido como "Jogador", "Joga" ou "Veio". Gonçalves recebia grandes quantias em dinheiro dos membros operacionais da facção, Joanilson de Lima Oliveira, conhecido como "Japão", e João Lennon Arruda de Souza, que atuavam na distribuição de drogas.

Esse dinheiro era então canalizado para a compra de casas noturnas e a realização de eventos, facilitando a lavagem de recursos. O esquema de lavagem de dinheiro envolvia uma divisão clara de tarefas.

Willian Aparecido da Costa Pereira, conhecido como "Gordão", era responsável por repassar o dinheiro para os promoters Rodrigo de Souza Leal e Elzyo Jardel Xavier Pires, que organizavam shows no Dallas Bar e em outras casas noturnas. Para financiar os eventos, Leal e Pires contavam com o apoio do grupo de promoters G12 Eventos.

Após a realização dos shows, o lucro era dividido proporcionalmente entre os membros do G12 e os integrantes do Comando Vermelho, com a plena consciência de todos os envolvidos.

As investigações revelaram o uso de depósitos fracionados para evitar a identificação dos depositantes e a origem ilícita dos valores. Além disso, estratégias como transferências de dinheiro em espécie e o uso de empresas de fachada eram utilizadas para ocultar as transações ilegais.

Entre os sócios das casas noturnas envolvidas no esquema estão Clawilson Almeida Lacava, conhecido como "Gauchinho", e Lauriano Silva Gomes da Cruz, que desempenhavam papéis importantes na dissimulação da propriedade e verdadeira atividade das empresas de eventos.

A denúncia formalizada pelo Ministério Público menciona a clara divisão de tarefas dentro da organização criminosa, que operava com o objetivo de cometer crimes de lavagem de dinheiro e corrupção.
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