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Sexta-feira, 21 de junho de 2024

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Caixa de Pandora

Máfia na PCE: operação revela esquema de lavagem milionário por meio de “mercadinho” de agentes com o CV

Foto: Reprodução

Máfia na PCE: operação revela esquema de lavagem milionário por meio de “mercadinho” de agentes com o CV
Na última semana, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a Operação Caixa de Pandora, desvendando suposto esquema criminoso envolvendo agentes penitenciários e líderes do Comando Vermelho (CV) na Penitenciária Central do Estado (PCE) e no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC). Segundo o relatório investigativo, o chamado "mercadinho" da penitenciária, oficialmente conhecido como "cantina", funcionava como verdadeira máfia, supostamente responsável por lavar quantias milionárias entre os policiais penais e lideranças da facção. 


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A estrutura, administrada pela Associação dos Servidores da Penitenciária Central do Estado de Mato Grosso (ASPEC), facilitava a entrada de celulares e outros itens proibidos, além de realizar a venda superfaturada de produtos básicos.

Modus operandi
 
Os agentes penitenciários, incluindo Jorge e Ronaldo, não agiam sozinhos. Muitos outros servidores penitenciários estavam envolvidos na "correria" dentro da PCE, contribuindo para a operacionalização do mercadinho.

Este estabelecia preços altos para os produtos, com os membros graduados do CV, negociando diretamente com os agentes para revenderem esses itens com um acréscimo ainda maior aos detentos “normais”.

Essa prática permitia um lucro significativo para os agentes e para o CV, que utilizava os recursos para continuar suas atividades criminosas, incluindo a compra e distribuição de celulares.

Estes aparelhos eram camuflados nas embalagens dos produtos e entregues aos líderes do CV-MT, permitindo que continuassem a comandar operações dentro e fora do presídio. Os celulares também eram utilizados para aplicar golpes em sites de comércio online, gerando mais fundos para a organização.

Estrutura administrativa
 
A ASPEC, que seria responsável pela gestão do mercadinho, é presidida pelo agente penitenciário Matheus, enquanto a administração prática é realizada por Eudes, o tesoureiro. No CRC de Cuiabá, o esquema é comandado por Luiz.

Os produtos vendidos são adquiridos em grandes quantidades, como revelado em um diálogo interceptado, onde uma compra de mais de 30 mil reais foi discutida.

Os agentes penitenciários aproveitam a falta de regulamentação e fiscalização para justificar a entrada de grandes quantidades de produtos e dinheiro, ocultando suas verdadeiras intenções.

A operação revelou que o mercadinho movimenta valores vultosos, estimados em milhões de reais ao ano. Esses recursos, ao invés de serem utilizados para suprir as necessidades básicas dos reeducandos e melhorar as condições da unidade prisional, são desviados para enriquecimento ilícito dos agentes e financiamento das atividades do CV.

O impacto do esquema chamou a atenção até de políticos, como mencionado em conversas interceptadas. A falta de controle externo sobre a ASPEC facilita a prática de lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros.
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