O advogado Ocimar Carneiro de Campos, concunhado do suplente de deputado estadual Gilmar Fabris (PSD), consta na lista de clientes que teriam efetuado transações financeiras suspeitas com a empresa Globo FomentoLtda, de propriedade do empresário Gércio Marcelino, o "Júnior Mendonça".

A apuração da transferência faz parte da segunda parte do inquérito sigiloso da Polícia Federal, que subsidia as investigações da “Operação Ararath”, ao qual o Isso É Notícia teve acesso e que teve início em novembro do ano passado com a realização de três fases e o cumprimento de até agora 26 mandados de busca e apreensão.

De acordo com relatório da Polícia Federal, no dia 29 de setembro de 2006, a Globo efetuou um TED para as contas bancárias de parentes de Gilmar Fabris, no valor de R$ 190 mil. Ocimar recebeu R$ 60 mil enquanto que a esposa dele, a jornalista Milena Volcov, recebeu R$ 70 mil com “origem duvidosa”. MIlena é irmã de Anglisey Volcov, esposa do parlamentar.

Os agentes da PF ainda citam que no mesmo dia Francisco Batista Santana, servidor da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, teve uma transferência de R$ 60 mil feita em seu nome. Ele consta nas investigações como um dos proprietários da empresa AZS Construtora.

Cartas Marcadas

No relatório feito pelos agentes e encaminhado ao Ministério Público Federal, os agentes citam o envolvimento de Ocimar Carneiro de Campos num esquema de emissão fraudulenta de cerca de R$ 500 milhões em cartas de crédito pelo Governo de Mato Grosso para agentes da secretaria estadual de Fazenda. A PF relembra que em dezembro de 2011, Ocimar foi preso pela Polícia Civil por supostamente ser o “testa de ferro” de Gilmar Fabris no esquema.

“Ressalta-se que Ocimar Carneiro é casado com Milena Batini, a qual ê irmã de AngliseyVolcov, esposa do deputado estadual Gilmar Fabris”, diz o relatório que ainda cita que em junho de 2011 o casal abriu a empresa Campos e Volcov Construtora.

A “Operação Arath” teve início em novembro do ano passado. Inicialmente, a PF baseou as investigações num esquema de lavagem de cerca de R$ 500 milhões através de empresas de combustíveis e fomento.

Hoje, as investigações estão ocorrendo em três esferas judiciais diante do envolvimento de autoridades públicas: em primeira, sob os cuidados do juiz Jefferson Scheneider, em segunda (junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região), desembargador Luciano Tolentino, e no Superior Tribunal de Justiça, sob a relatoria do ministro Arnaldo Esteves.

Em todas as instâncias foi decretado o sigilo de Justiça.