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Sábado, 14 de setembro de 2024

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POSTO NA MIGUEL SUTIL

Empresário que quer cassação de Abílio diz que faturamento diário caiu de R$ 2 mil para R$ 112 por conta de comitê

Foto: Reprodução

Empresário que quer cassação de Abílio diz que faturamento diário caiu de R$ 2 mil para R$ 112 por conta de comitê
Dono “Point du Côco”, comércio que vende água de coco na modalidade drive thru, instalado em um posto abandonado na avenida Miguel Sutil, em Cuiabá, M.F. disse ao Olhar Jurídico que o comitê instalado no local pela campanha do candidato a prefeitura Abílio Brunini (PL), e do candidato a vereador, Rafael Ranalli (PL), fez o faturamento diário do negócio despencar.


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A reportagem esteve no local e foi recebida por uma funcionária, a qual afirmou que o fluxo de clientes está quase nulo depois que a campanha se instalou ali, ofuscando as placas que indicavam para o “Point”. Identificada apenas como B., ela pontuou que o coco é perecível e, diante da queda de movimento, o local agora comercializa apenas a água engarrafada, e não mais direto na fruta.

Procurado, M.F. atendeu o Olhar Jurídico. Ele informou que a situação é grave, sobretudo porque sequer foi consultado pelo proprietário do posto, que inclusive está abandonado, tampouco pelos candidatos, para saber se a instalação do comitê poderia causar algum tipo de problema para o seu empreendimento.

M.F. afirmou que a queda no faturamento diário foi brusca. Antes do comitê, ele embolsava cerca de R$ 2 mil por dia. Porém, a título de exemplo, informou que nesta quarta-feira (28), faturou apenas R$ 112. Ele lamentou a situação, pois está encontrando dificuldades para arcar com o aluguel do espaço, despesas com a operação e o pagamento dos funcionários. Com isso, ele ajuizou uma representação contra Abílio na Justiça Eleitoral, pedindo a cassação da sua candidatura.

Conforme a representação, a partir do dia 16 de agosto de 2024, o espaço passou a ser utilizado para diversas atividades de campanha, como a fixação de adesivos, distribuição de material de propaganda e reuniões de cabos eleitorais, causando prejuízos diretos à empresa de venda de água de coco em sistema drive-thru, que opera no local desde novembro de 2020.

Ele alega que a intensa movimentação de veículos e pessoas ligadas à campanha de Brunini obstruiu o acesso ao drive-thru, prejudicando significativamente as vendas e levando à perda de produtos perecíveis, estimada em aproximadamente R$ 2.000,00 por dia.

Além das dificuldades de acesso, o empresário relata que seus clientes têm sido importunados por cabos eleitorais, que chegam a insultar violentamente aqueles que declaram apoio a outros candidatos.

Em tentativa de resolver a situação, o empresário teria procurado o coordenador de campanha de Brunini, identificado como Paulo "Engenheiro", que prometeu providências, mas nada foi feito até o momento.

A representação também destaca que a instalação do comitê político avançou sobre outras áreas do posto de gasolina, com a colocação de banners, bandeiras e placas que encobrem os equipamentos da empresa.

O empresário argumenta que tais ações configuram abuso de poder econômico e violam normas de propaganda eleitoral, que proíbem a utilização de propriedades privadas abertas ao público para fins eleitorais sem a devida autorização, além de vedarem práticas que possam ofender a dignidade ou reputação de terceiros.
 
Na ação, o pedido é que a Justiça Eleitoral determine a retirada imediata de toda a propaganda irregular e restabeleça o funcionamento pleno de sua empresa, sob pena de aplicação de medidas coercitivas. Além disso, solicita a cassação da candidatura de Abílio Brunini, argumentando que o candidato e sua equipe têm reiteradamente desrespeitado as normas eleitorais.

Outro lado

Candidato a vereador que também instalou seu comitê no mesmo local, Rafael Ranalli conversou com a reportagem e negou que a campanha atrapalha o comércio do coco. Ele também negou que os cabos eleitorais tenham ofendido os clientes do estabelecimento.

“Cara, não, mas até não é o nosso perfil, né? De xingar ou agredir ninguém. Muito pelo contrário, o que tá dando aqui é movimento. E até com os meninos que ficam aqui adesivando, eu fico trabalhando o tempo todo aqui, porque aqui é meu comitê, a gente faz ao contrário, indica, ó, vai só tomar água de coco, é ali”, disse.
Abílio Brunini não estava no local e não foi encontrado pela reportagem.
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