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Sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Notícias | Criminal

CASO ZAMPIERI

Juíza dá "bronca" na defesa do intermediário na execução de advogado, mas autoriza novo depoimento

Foto: Reprodução

Juíza dá
A juíza Anna Paula Gomes de Freitas, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, acatou pedido de Hidelerson Fialho Martins Barbosa, acusado de ter participado do assassinato do advogado Roberto Zampieri, e autorizou que ele preste depoimento complementar na ação penal que apura a execução do jurista. Na mesma decisão, proferida nesta quarta-feira (28), a juíza deu uma “bronca” nos advogados do réu, e designou nova audiência para o seu testemunho.


Leia mais: MP se manifesta favorável para que suposto intermediário no assassinato de advogado acesse dados de celular e preste novo depoimento

Na semana passada, os advogados Neyman Augusto Monteiro e Nilton Ribeiro de Souza, que representam Hidelerson, solicitaram à 12ª Vara Criminal de Cuiabá autorização para que Hedilerson prestasse depoimento complementar, ante a juntada do relatório Técnico de extração do celular de Caçadini.
 
Antes de decidir sobre o requerimento, a magistrada solicitou posicionamento do Ministério Público, o qual, por intermédio de quatro promotores, concordou com o depoimento complementar, bem como foi favorável para que a defesa do réu acesse o relatório contendo os dados extraídos do celular do coronel do Exército, Etevaldo Caçadini, acusado de ser um dos mandantes da execução.

O pedido foi feito após o depoimento do delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que mencionou a existência de provas relacionadas ao cliente em outro inquérito policial (IP). A defesa argumentou que deveria ter acesso a essas provas antes do prosseguimento da audiência.

O relatório em questão contém dados que, supostamente, indicam a participação de Hedilerson no crime. Entre os documentos, há também uma imagem de passagem aérea que evidencia a presença do acusado em Cuiabá no período em que os envolvidos tramaram o assassinato.

Os advogados destacam que o direito à autodefesa foi prejudicado, e, por isso, solicitam que o acusado seja ouvido novamente antes da apresentação das alegações finais.

Embora Neyman e Nilton argumentem que o novo depoimento deveria ocorrer ante a anexação de novos documentos ao processo, os quais a defesa não teria tido acesso amplo e irrestrito, os promotores anotaram que, na verdade, o relatório já estava disponível à todas as partes do processo desde o início de julho.

Com base no posicionamento ministerial, a juíza ainda deu um “puxão de orelha” nos advogados, mas concedeu o pleito, designando nova audiência para ouvir Hidelerson para o dia 10 de setembro, às 16h.

“Com efeito, como bem observou o Ministério Público em sua manifestação, os Advogados do réu Hedilerson tiveram acesso ao mencionado relatório, desde que no mencionado feito se habilitaram, ou seja, bem antes da audiência de instrução realizada nesta ação penal, de maneira que inequivocamente tinham conhecimento do relatório por ocasião do interrogatório do réu Hedilerson, contudo, o aparente descuido da defesa, ao não fazer as perguntas pertinentes a respeito do que entende que tal documento atinja seu cliente, embora na ocasião tivesse conhecimento a respeito dele, não pode prejudicar o réu em seu sagrado direito à ampla defesa, razão pela qual o pleito deve ser deferido”, decidiu.

Zampieri foi assassinado no dia 5 de dezembro de 2023, com pelo menos dez tiros, disparados por Antônio Gomes da Silva, o qual foi contratado por Caçadini a mando do produtor rural Aníbal Laurindo (que está sendo monitorado por tornozeleira). Hedilerson seria o responsável por estabelecer a ligação entre Antônio e os mandantes.
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