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Terça-feira, 10 de setembro de 2024

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Em decisão, CNJ suspeita que Zampieri 'vendeu proximidade' com desembargador a 'lobista' e advogada

Em decisão, CNJ suspeita que Zampieri 'vendeu proximidade' com desembargador a 'lobista' e advogada
Informações do celular do advogado Roberto Zampieri, material que gerou afastamento de dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), fazem citação ao empresário Andreson de Oliveira e à advogada Mirian Ribeiro Rodrigues de Mello Gonçalves. Conforme apurado pelo Olhar Direto, Andreson e Mirian são casados.


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Segundo levantado pela reportagem do Olhar Direto, Zampieri mantinha contato com Andreson. Há suspeita de que Zampieri negociava sua proximidade com os desembargadores afastados. Andreson é identificado em mensagens como “moço de Brasília”.
 
O Olhar Direto apurou ainda que algumas mensagens trocadas fazem referência direta ao provimento de recursos. Há ainda troca de mensagens com comprovantes de transferências bancárias. Mensagem também combina a preparação de uma minuta de decisão.
 
A advogada Mirian Ribeiro Rodrigues de Mello Gonçalves ganhou notoriedade em Mato Grosso por atuar nos processos que proporcionaram reintegração de cinco magistrados envolvidos no Escândalo da Maçonaria.
 
A Corregedoria Nacional de Justiça determinou, no dia 1º de agosto, o afastamento cautelar imediato das funções dos desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho.
 
O Corregedor Nacional, ministro Luis Felipe Salomão, também determinou a instauração de reclamações disciplinares contra os dois magistrados, além da quebra do sigilo bancário e do fiscal dos investigados e de servidores do TJMT, referente aos últimos cinco anos.
 
Há indícios de que os magistrados mantinham amizade íntima com o falecido advogado Roberto Zampieri – o que os tornaria suspeitos para decidir processos patrocinados pelo referido causídico – e recebiam vantagens financeiras indevidas e presentes de elevado valor para julgarem recursos de acordo com os interesses de Zampieri.
 
“As investigações acenam para um cenário de graves faltas funcionais e indícios de recebimento de vantagens indevidas”, afirma o Corregedor Nacional de Justiça em sua decisão e requisita das autoridades fiscais e monetárias documentos, sigilosos ou não, imprescindíveis ao esclarecimento dos processos.
 
A Corregedoria Nacional aponta ainda que, “em paralelo com a incomum proximidade entre os magistrados e o falecido Roberto Zampieri”, os autos sugerem, “efetivamente, a existência de um esquema organizado de venda de decisões judiciais, seja em processos formalmente patrocinados por Zampieri, seja em processos em que o referido causídico não atuou com instrumento constituído, mas apenas como uma espécie de lobista no Tribunal de Justiça de Mato Grosso”.
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