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Quarta-feira, 03 de julho de 2024

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EXECUTADO A TIROS

Após 14 anos, Justiça manda PM que assassinou servente em Cuiabá ao Tribunal do Júri

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Após 14 anos, Justiça manda PM que assassinou servente em Cuiabá ao Tribunal do Júri
O policial militar Wilton Aparecido Neves vai a júri pelo assassinato do servente Mariozan Ramos Lima, ocorrido em 2010, em Cuiabá, quando ele tinha 34 anos e comemorava o aniversário do seu irmão. O juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 12ª Vara Criminal da capital, se convenceu das provas contidas processo, as quais confirmaram que Wilton cometeu o homicídio de Mariozan, e decidiu submetê-lo ao Tribunal do Júri. Sentença foi publicada neste domingo (30).


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Wilton será julgado por homicídio qualificado com recurso que dificultou a defesa da vítima. Isso porque, segundo as investigações, ele atirou abaixo do olho da vítima, ou seja, região potencialmente letal.

Além disso, a execução ocorreu em contexto de abordagem policial, sem que Mariozan pudesse reagir ou atacar o policial, conforme ele mesmo tentou alegar durante a tramitação do caso, dizendo que agiu por legítima defesa.

Neves confessou que matou Mariozan, mas ponderou que o fez em legítima defesa. Contudo, tal alegação não se sustentou diante das evidências e testemunhos, os quais comprovaram que Wilton não estava sob ameaça ou agressões.

Uma das testemunhas disseram que Mariozan estava desarmado e descreveu a resposta policial como excessiva e sem provocação justa.

No dia 2 de abril de 2010, por volta das 21h30, no bairro Planalto, em Cuiabá, Wilton matou Mariozan. Segundo os autos, no dia e local dos fatos, os agentes militares receberam informação que, na região da baixada “Boca do Siqueira”, havia pessoas portando armas de fogo ilegais.

Diante da situação e em razão do aglomerado de pessoas no local, a guarnição militar pediu apoio de outras equipes no intuito de localizar e identificar os proprietários das armas.

Após movimentação generalizada, o Wilton tentou entrar na residência da vítima e, sem oportunizar qualquer chance de defesa, efetuou um disparo de arma de fogo que ceifou sua vida. Mariozan foi atingido abaixo do olho, era servente de pedreiro e tinha 34 anos.  

Sua convivente, identificada apenas como Luciana, relatou que no dia da execução, a família estava reunida comemorando o aniversário do seu irmão, Marcos, quando os policiais militares chegaram efetuando disparos de arma de fogo.

Relatou que num primeiro momento os policiais militares adentraram na residência de Matildes (irmã da vítima), onde o denunciado alvejou “Mariquinhos” e que a vítima estava segurando o portão quando ouviu o disparo que lhe atingiu.

A declarante revelou também que o militar, ao sair do local dos fatos, não apresentava nenhuma lesão aparente no rosto. Finalizou dizendo: “o Sgto Wilton ao sair do local dos fatos, teria dirigido ameaças de morte a membros da família da vítima, prolatando: se alguém fizer alguma coisa, eu volto e mato é eu mesmo, porque não passo pano pra ninguém”.
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