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Quinta-feira, 27 de junho de 2024

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MANDOU PRENDER MÃE EM AUDIÊNCIA

Juiz alvo de corregedorias diz que está sendo perseguido por "narrativas psicopatas" e compara caso ao nazismo

Foto: Reprodução

Juiz alvo de corregedorias diz que está sendo perseguido por
O juiz Wladymir Perri, da 3ª Vara Criminal de Várzea Grande, publicou uma carta aberta na qual alega estar sendo perseguido pelas corregedorias estadual e nacional de Justiça, em razão de elas terem aberto procedimentos disciplinares contra ele no episódio em que, durante uma audiência, deu voz de prisão à mãe de um rapaz que havia sido assassinado em 2016. Na ocasião, a mãe, teve testemunhar na frente do algoz do seu filho e acabou presa. Veja a carta na íntegra ao final da matéria.


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Dentre os parágrafos, Perri chegou a dizer que é vítima de narrativas de “psicopatas”, comparou o caso ao nazismo e à guerra na Ucrânia. Ele achou ruim que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) classificou como misógino e truculento o ato de prisão da mãe da vítima de assassinato durante audiência.

Na carta aberta, o magistrado não pede desculpas à mãe da vítima, que saiu da audiência em prantos, e foi presapor não conseguir se comportar do jeito que ele queria ao ser obrigada a depor na frente do algoz do seu filho.
 
“E é o que estão tentando fazer comigo, ou seja, ser varrido da magistratura, e é o único jeito de conseguirem, com narrativas e não com fatos verdadeiros, tanto é que eu já fui pré-julgado pelo corregedor do CNJ, quando consignou como motivação para instaurar a reclamação disciplinar em meu desfavor as expressões “misógino” e “truculento”, o que não é verdade”, exclamou Perri, acrescentando que o objetivo das corregedorias, junto com a imprensa, seria o de tirá-lo da magistratura.
 
O caso 

No dia 29 de setembro do ano passado, durante audiência de instrução e julgamento, a promotora Marcelle Rodrigues Costa e Faria perguntou à mãe se ela estava confortável em responder às inquirições na frente do algoz do seu filho, assassinado a tiros em 2016. 

Ao Olhar Jurídico, Sylvia Minam Tolentino de Oliveira disse que pouco antes de iniciar a sessão, o assassino chegou no local com seu advogado e lhe deu uma encarada, que lhe deu ânsia de vômito e a fez entrar prantos de choro.

Dada sua hora de depor, a promotora lhe perguntou se tinha algum problema em falar de frente ao suspeito, quando respondeu não ter problema algum, “pra mim ele não era ninguém”.

Nesse momento o advogado de defesa disse que a mãe estaria desacatando seu cliente e pediu que ela o tratasse com respeito. Perri, então, teria repreendido a mãe pedindo que ela agisse com inteligência emocional.

Emocionada por depor frente a frente com o algoz do seu filho, novamente a mulher disse que, para ela, Jean não representava nada e que tinha plena concepção do que estava acontecendo.

Diante disso, porém, o magistrado disse que não havia condições de continuar o ato e suspendeu a audiência, impedindo inclusive que o Ministério Público continuasse a sua sustentação.

Encerrada a sessão, a depoente, no calor da emoção, virou-se para o réu e proferiu: “você irá pagar por isso tudo, mesmo que não seja na lei da terra, mas na lei de Deus você vai pagar”, momento em que o magistrado imediatamente determinou sua prisão por ameaça.

Ocorre que a mãe não se referiu à Perri, tendo reclamado contra o assassino do seu filho. Indignada com a situação, ela teria jogado um copo cheio de água no bebedouro, danificando o aparelho.

Ela negou que tenha xingado o juiz, tampouco proferido quaisquer ameaças no dia da sessão, e contou à reportagem que enquanto aguardava o início da audiência na antessala ouviu Perri brincar com sua assessora em tom provocador: “você já tomou seu remedinho hoje? Não vai ficar nervosa não né?”.

Sylvia ficou detida no fórum até perto das 21h. “A vítima era eu, sai humilhada de um lugar que era pra eu ser protegida. Queria que ele (Perri) tivesse na minha pele ou julgando uma pessoa que tivesse matado o filho dele. Eu fui ali para ser testemunha de um assassinato depois de sete anos ocorrido e não fui bem tratada. Sai sendo julgada por uma coisa que não fiz, saí pior que o criminoso que estava lá dentro. Por um julgamento errado de uma pessoa que não estava preparada para me atender”, lamentou.
 

Procedimentos instaurados
 
O Corregedor-geral do Tribunal de Justiça, Juvenal Pereira, votou para abrir processo administrativo disciplinar (PAD) contra o juiz Wladymir Perri pelo episódio. O PAD, contudo, ainda não foi instaurado, pois houve pedido de vista do desembargador Rui Ramos no julgamento.
 
Diante disso, em decisão proferida nesta quarta-feira (19), o ministro e corregedor nacional Luiz Felipe Salomão, interrompeu a apuração contra Perri no âmbito do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por 30 dias, até que a propositura do PAD seja concluída na corregedoria estadual.

Findado o prazo estipulado por Salomão, deverá a corregedoria do TJMT prestar informações a respeito da conclusão da apuração do PAD contra Perri. Caso findar o período sem que o julgamento tenha sido concluído, o CNJ devera ser avisado sobre quais providências foram adotadas. Depois disso, o processo será retomado no âmbito nacional.

Perri entrou na mira de reclamação disciplinar em decorrência da notícia do cometimento de suposta falta grave e abuso de direito na condução de audiência de instrução realizada no dia 29 de setembro de 2023.

Na ocasião, ele deu voz de prisão à mãe de um jovem assassinado em 2016, depois que ela se expressou em relação ao acusado do crime, durante a realização de uma audiência de instrução, quando prestava depoimento no processo em que se apurava o crime.

Em outubro do ano passado, o CNJ abriu um procedimento contra Perri, depois que a corregedoria estadual já havia iniciado outro.

Na decisão, o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, cita que não foram observadas as determinações do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, regulamentado pela Resolução CNJ n. 492/2023. O corregedor frisa que Perri não teria zelado pela integridade psicológica da mulher “que também é vítima, ao menos indireta, do crime, pois é mãe da pessoa falecida”.
 
Em referência à norma aprovada pelo Plenário do Conselho Nacional de Justiça em março, a decisão ressalta que, ao julgar com perspectiva de gênero, juízes e juízas atuam na contenção de danos e “promovem a interrupção de atos involucrados em vocabulários e/ou linguagens ofensivas, desqualificadoras e estereotipadas, sejam estas proferidas no curso de uma audiência ou formatadas em peças processuais, tudo mediante termo nos autos, para substanciar a análise sob tal perspectiva, conforme compromissos assumidos pelo Brasil na ambiência internacional”.
 
Para o ministro, o juiz de MT “não só não procurou reduzir os danos já tão graves experimentados pela depoente, como potencializou suas feridas, ao permitir que o ato se tornasse absolutamente caótico, findando com a prisão da declarante”. 

Ele ainda está na mira do CNJ por, supostamente, "mexer" na cadeia de custódia do caso Zampieri. Na ocasião, o MP deunciou o caso ao CNJ após o juiz Wladymir Perri decidir que ele seria o único a ter acesso aos dados do celular, além de ter imposto sigilo ao caso.

O juiz Perri também questionou a Polícia Civil do Mato Grosso se os dados do celular citavam alguma autoridade com foro privilegiado. Além disso, foram deslacrado envelopes com provas colhidas na cena do crime sem o acompanhamento do MP ou de advogados de defesa.

Carta aberta
 
A TEMPO VENHO ACOMPANHANDO ESSA NARRATIVA, POIS, NÃO GOSTO DE UTILIZAR A EXPRESSÃO “CAMPANHA”, QUE VEM SENDO DIVULGADO PRINCIPALMENTE PELO 4º E 5º PODER ( REDES SOCIAIS E IMPRENSA ), REFERENTE A ESTE EPISÓDIOESPECIFICAMENTE QUAL ENVOLVEU A PRISÃO DA DONA SILVIA.Pois bem.
O MUNDO ATUAL AGE E JULGA DE ACORDO COM A NARRATIVA. A VERDADE NÃO ÉMAIS FOCO DE ATENÇÃO DA SOCIEDADE, POIS OS FATOS JÁ NAÕ IMPORTAM, PORISSO MESMO, ATÉ NESSE EXATO INSTANTE, POUQUÍSSIMAS VEZES RESOLVI MANIFESTAR PUBLICAMENTE, JÁ QUE OS FATOS NÃO IMPORTAM, MAS A NARRATIVA SIM, JÁ QUE ESTA TEM SE IMPOSTO AOS FATOS, E ISTO NÃO É UM FATO ISOLADO EM UMA COMUNIDADE, UMA SOCIEDADE, PAÍS OU NAÇÃO, MAS ABRANGE O MUNDO. E INFELIZMENTE, O QUE JAMAIS PENSEI ACONTECER E VIVENCIAR COMIGO, ESTÁ ACONTECENDO. NÃO ADIANTA FAZER QUALQUER RESPOSTA, É MERA FORMA, JÁ ESTOU CONDENADO, E ISSO MUITO CLARO A MIM COM O RELATÓRIO DO CORREGEDOR DE JUSTIÇA, DESEMBARGOR JUVENAL PEREIRA DA SILVA, QUAL NÃO QUIS SE EXPOR, SEJA POR RECEIO DE SER VÍTIMA DE UMA NARRATIVA DE PERSEGUIÇÃO PELA OPINIÃO PÚBLICA, SEJA POR QUALQUER OUTRA RAZÃO, QUE TÃO SÓ O CORREGEDOR PODERÁ MANIFESTAR, POIS, ISTO ESTÁ GUARDADO EM SEU SUBCONCIENTE, OU ENTÃO, AOS SEUS AUXILIARES MAIS PRÓXIMOS, MAS, FATO É QUE, NO FATÍDICO DIA QUAL ACONTECEU A PRISÃO DA DONA SILVIA, POR INSTIGAÇÃO, DE IMEDIATO AO PERCEBER QUE HAVIA CAÍDO EM UMA ARMADILHA,DESLOQUEI NAQUELA FINAL DE TARDE/NOITE DE SEXTA-FEIRA AO CABINETE DO CITADO CORREGEDOR, CUJO ME OUVIU COM PACIÊNCIA OS FATOS ACONTECIDOS E CONSIGNADO EM ATA DE AUDIÊNCIA, DIGA-SE, QUE ATÉ HOJE NÃO FOI IMPUGNADO NO PROCESSO. PORTANTO, MEU JULGAMENTO, GUARDANDO EVIDENTEMENTE AS DEVIDAS PROPORÇÕES, ESTÁ ACONTECENDO COM A NARRATIVA DO ARIANISMO, QUAL HITLER IMPÔS UMA GUERRA QUE MATOU 42 MILHOES DEPESSOAS. COM UMA NARRATIVA DE COMBATE AO NEONAZISMO, PUTIN PROVOCOU UMA GUERRA COM A UCRÂNIA, QUE CHACOALHA O MUNDO E FAZ TODOS TEMEREM SEREM VARRIDOS DA FECE DA TERRA, NUM VERDADEIRO ARMAGEDOM, E É O QUE ESTÃO TENTANDO FAZER COMIGO, OU SEJA, SER VARRIDO DA MAGISTRATURA, E ÉO ÚNICO JEITO DE CONSEGUIREM, COM NARRATIVAS E NÃO COM FATOS VERDADEIROS, TANTO É QUE JÁ FUI PRE JULGADO PELO CORREGEDOR DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, QUANDO CONSIGNOU COMO MOTIVAÇÃO PARA INSTAURAR A
RECLAMAÇÃO DISCIPLINAR EM MEU DESFAVOR AS EXPRESÕES “MIS ÓGINO” E “TRUCULENTO”, O QUE NÃO É VERDADE, POIS, TIVE A CORAGEM DE DEFENDER
AQUILO QUAL JUREI, QUE É FAZER A JUSTIÇA, DIGA-SE, CONTINUO TENDO A MESMA CORAGEM DE DEFENDER A VERDADE DIANTE DAS NARRATIVAS BEM PRODUZIDAS NUM MUNDO VIRTUAL, ONDE PESSOAS PROTEGIDAS POR UMA TELA DESTILAM VENENO E CONDENAM PELA NARRATIVA DO ÓDIO E NÃO DA VERDADE,CUJA A VERDADE É QUE CONTRARIEI COM AS MINHAS DECISÕES AS VAIDADES DE ALGUNS OPERADORES DO DIREITO, EM QUE NÃO ESTÃO PREOCUPADOS DE PROMOVER JUSTIÇA, MAS, SIM, DE SE AUTOPROMOVEREM, PARA TANTO, BASTA VERIFICARAS TANTES VEZES QUE DERAM ENTREVISTA NA MÍDIA, Enfim! ENCERRO PARA DIZER, COMO GOSTARIA DE TER UM PEQUENO TRAÇO DA CAPACIDADE DE SANTO AGOSTINHO. DE UM SÃO TOMÁS DE AQUINO E UM PERQUENO SOPRO DE CONHECIMENTO DE SOCRÁTICO, POIS, NESTE INSTANTE, SÓ QUERIA APELAR PARA A VERDADE DEFINIDO POR AURÉLIO OU HOUASSIS E POR UM MINUTO ESQUECESSEM DA NARRATIVA IMPERIOSA DAS MÍDIAS SOCIAIS COM SEUS LIKES OU DISLIKES, POIS NÃO TEMO A VERDADE, MAS TEMO SER REFÉM DA NARRATIVA. POR QUE? PORQUE CONSTRUÍ MINHA VIDA NA VERDADE E NÃO EM NARRATIVAS DE PSICOPATAS, POIS SE ERREI FOI EM BUSCA DA VERDADE, E, POR SUA VEZ, SE ACERTEI NÃO FOI PORQUE TIVE A MELHOR NARRATIVA. ENCERRO, PEDINDO DESCULPA PELO TEXTO LONGO. BOA NOITE! WLADYMIR PERRI
WLADYMIRPERRI

 
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