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Quinta-feira, 27 de junho de 2024

Notícias | Criminal

JUIZ NÃO VIU PREJUÍZOS À DEFESA

Veterano do Exército que confessou intermediação no assassinato de Zampieri é mantido preso

Foto: Reprodução

Veterano do Exército que confessou intermediação no assassinato de Zampieri é mantido preso
O juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, manteve a prisão de Hedilerson Fialho Martins Barbosa, veterano do Exército Brasileiro de 53 anos, e instrutor de tiros, apontado como intermediador do assassinato do advogado Roberto Zampieri, executado em dezembro de 2023 em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Decisão é desta quarta-feira (19).


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Defesa de Hedilerson entrou com pedido de revogação no último dia 14, alegando que ele não foi informado sobre o seu direito de ficar em silêncio durante depoimento à polícia. Com isso, os advogados Neyman Monteiro e Nilton Ribeiro pediram a nulidade do seu interrogatório e a consequente revogação da sua detenção.

Hedilerson foi preso no dia 22 de dezembro e ele prestou depoimento ao delegado Edson Pick e para uma escrivã no dia seguinte, 23 de dezembro. A prisão foi realizada na região metropolitana de Belo Horizonte.

As investigações apontaram que, após contratar o executor pelo valor de R$ 40 mil, ele despachou uma pistola calibre 9 mm, registrada em seu nome, para Cuiabá, no dia 5 de dezembro, mesma data do crime.
 
Na petição, os advogados incluíram nos autos um vídeo do início do depoimento do veterano e incluíram trecho da gravação onde os agentes não informam a ele o direito de permanecer em silêncio. Na ocasião, ele confessou sua participação, no entanto, para os profissionais do Direito, a suposta confissão não possui valor.
  
Em seu depoimento, o qual a reportagem teve acesso, Hedilerson admitiu que trouxe a arma para Cuiabá para que, segundo ele, Antônio Gomes da Silva – apontado como o executor – atirasse na vítima.

Intimado para se manifestar sobre o requerimento, o ministério público, por intermédio do promotor de Justiça Samuel Frungilo, se posicionou contrário à liberdade do réu. Frungilo anotou que ele já havia confessado a participação sob o crivo do contraditório, o que anularia os argumentos defensivos.

Examinando o caso, o magistrado anotou que permanecem, até o momento, os requisitos que autorizaram a prisão do veterano. Jorge Alexandre Ferreira ainda rechaçou o argumento de prejuízos pela ausência da informação sobre o direito de Hedilerson permanecer em silêncio, uma vez que ele teria confessado sob o contraditório.

“Além disso, como bem asseverou o Ministério Público o réu já havia confessado seu envolvimento nos fatos por ocasião do seu primeiro interrogatório e ainda sequer foi ouvido perante este Juízo. Afasto a nulidade alegada pela defesa e indefiro o pedido de revogação, ocasião em que mantenho a prisão preventiva de Hedilerson Fialho Martins Barbosa”, decidiu.  
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