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Quarta-feira, 26 de junho de 2024

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RECUPERAÇÃO POR PASSIVO DE R$648 MILHÕES

Fraudes, descumprimento do plano e queda no faturamento de R$ 1 bi para R$ 1.5 mi: administradora pede falência da AFG

Foto: Reprodução

Fraudes, descumprimento do plano e queda no faturamento de R$ 1 bi para R$ 1.5 mi: administradora pede falência da AFG
A Zapaz Administração Judicial, que auxiliou no processo de recuperação da AFG Brasil S.A., cujo plano de soerguimento foi homologado após alegar dívidas de R$ 648 milhões, está pedindo à Justiça que decrete sua falência. Manifestação no processo de recuperação judicial foi assinado no último dia 14.


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Após diversos credores pedirem a falência da AFG argumentando que a empresa descumpriu o Plano de Recuperação, e o ministério público se manifestar favorável a tais requerimentos, a Zapaz, que administrou todo o processo, também reconheceu que a tentativa de resgate econômico-financeiro fracassou.
 
Para se ter uma ideia, a Zapaz anexou na manifestação que, em 2020, ano que a recuperação foi requerida, a AFG faturou mais de R$ 1 bilhão. Porém, em 2023, último exercício registrado, o faturamento foi de R$ 1.5 milhão, o que representou redução de 99,9%.
 
Soma-se a isso o descumprimento reiterado das obrigações firmadas no plano, o declínio da situação financeira, os atrasos no pagamento dos funcionários, bem como a aparente inatividade empresarial, que foi evidenciada pela ausência de novos contratos e emissão de notas fiscais.
 
“São indícios de que a recuperanda não demonstra sinais de superação da crise econômico-financeira que motivou o pleito da recuperação judicial. Vale registrar que, consoante plano de reestruturação, o passivo seria adimplido exclusivamente com fluxo de caixa das atividades, de modo que, ante o reduzido porte financeiro em que se encontra a recuperanda, não possui capacidade de cumprir o fluxo projetado”, apontou a Zapaz.
 
Os relatórios contábeis apresentados pela AFG também demonstraram tendência de declínio nos rendimentos da empresa ao longo dos últimos anos. Os índices estão diminuindo, indicando incapacidade de pagamento das dívidas, cumulado com o atraso de pagamento dos funcionários.
 
Então, para a administradora, o reiterado descumprimento das obrigações do plano, aliado aos fatores referidos, evidenciaram o estado delicado da AFG, que não tem mais condições de executar seu soerguimento econômico-financeiro. Diante disso, requereu a convolação da Recuperação Judicial da empresa AFG Brasil em falência.

Em outubro de 202, a 1ª Vara Cível de Cuiabá deferiu o processamento da recuperação judicial da AFG Brasil S/A, por dívidas de cerca de 648 milhões. A empresa, com sede em Cuiabá, alegou que a complicada situação fiscal do Brasil, somada à crise da Covid-19, que desvalorizou a moeda nacional, lhe trouxe impactos negativos.
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