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Sábado, 27 de abril de 2024

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DEFERIDO PELA JUSTIÇA

Com dívidas de R$ 122 milhões, produtores rurais entram recuperação judicial

Foto: Reprodução

Com dívidas de R$ 122 milhões, produtores rurais entram recuperação judicial
O juiz Renan Carlos Leão Pereira do Nascimento, da 4ª Vara Cível de Rondonópolis, deferiu o pedido de Recuperação Judicial do Grupo Tisott, que declarou à Justiça dívidas de R$ 122 milhões. Decisão foi proferida nesta quarta-feira (6). Composto pelas empresas Novosolo e Maluá, cujas principais movimentações comerciais são realizadas no município de Serra Nova Dourada, o grupo pertence a um casal de empresários e produtores rurais, envolvidos com agricultura e pecuária.

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“Preenchidos, pois, neste momento, os requisitos legais necessários, defiro o processamento da recuperação judicial de Cesar Augusto Tisott, empresário individual, Cristina Leandra Brum Tisott, empresária individual, Maluá Transportes Eirelli, empresa individual de responsabilidade limitada e Novosolo Agronegócio Ltda, pessoa jurídica Grupo Tisott”, proferiu o magistrado.

Com o deferimento, o grupo ficará blindado por 180 dias de eventuais cobranças e execuções fiscais dos seus credores. Além disso, terá sessenta dias para apresentar um plano de recuperação a ser acolhido em assembleia geral.

O Grupo Tisott expôs, dentre as razões que levaram ao pedido, a crise que as empresas sofreram sobretudo a partir de 2020, quando a pandemia da covid-19 explodiu, gerando queda no mercado das comodities e alta nos valores dos insumos da safra 2021/2022. Além disso, a guerra da Ucrânia também corroborou para a crise na atividade das empresas.

A empresa Novosolo foi fundada em 2003 para exploração da atividade rural. Com o passar dos anos, adquiriu a fazenda Planalto e iniciou o plantio e exploração, em 2015. Em 2017, comprou a fazenda Água Azul e, em 2022, passou a desenvolver a área Planalto com terras próprias e arrendadas e exploração da pecuária, com criação de gado para corte.

A Maluá Transportes foi originada em 2015, inicialmente para prestar serviços à própria Novosolo. Alta demanda fez o casal de empresários investirem em novos veículos para a ampliação da atividade.

No entanto, conforme o pedido feito à Justiça no último dia 20, a situação de calamidade, somada a queda do preço da arroba do boi, ao aumento da inflação e a queda no preço dos grãos, bem como a elevada taxa de juros sobre o mercado de crédito, contrastaram com a realidade do aumento dos compromissos firmados pelos Tisott, sobretudo aqueles cujas garantias são a entrega dos produtos.

“Na realidade, todo esse cenário construiu um aglomerado de situações catastróficas, levando as empresas à situação em que se encontram, de modo que, dependem dos benefícios legais e do auxílio estatal para renegociar o passivo em aberto de mais de R$ 100 milhões e, via de consequência, superar a crise financeira transitoriamente, na expectativa de evitar um novo trauma”, diz trecho do pedido de recuperação.

Além da recuperação judicial, o grupo havia pedido que a Justiça antecipasse o período de blindagem como forma de proteger seu patrimônio contra as execuções dos credores e, assim, conseguir enfrentar o processo de soerguimento e dar continuidade às atividades empresariais. Esse requerimento foi concedido pelo juiz em fevereiro e, nesta quarta, Leão deferiu o processamento integral da recuperação. 
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