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Sábado, 27 de abril de 2024

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INSTRUÇÃO AGENDADA

Tenente será interrogada em março sobre tortura de aluno durante treinamento

Foto: Reprodução

Tenente será interrogada em março sobre tortura de aluno durante treinamento
Após três datas serem reagendadas, o juiz Marcos Faleiros, da Vara Especializada em Justiça Militar, designou para o dia 19 de março a audiência de instrução do processo que julga a tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur, pela acusação de ter torturado o aluno Maurício Júnior dos Santos durante treinamento, em 2016.  
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No ano passado, Ledur não compareceu à primeira audiência pois estava grávida e apresentava intercorrências que lhe fizeram não ir à sessão. Com isso, nova data foi designada para junho. No entanto, ausência de testemunha impediu a execução da audiência, que foi remarcada para setembro, mas também não ocorreu.

Agora, no último dia 16 de janeiro, o juiz encaminhou ofício intimando dois tenentes do Corpo e três capitães, além da própria Ledur, para comparecerem à sessão marcada para o dia 19 de março, às 15h30, no Plenário Militar do Fórum de Cuiabá.

Consta dos autos que, no início do ano de 2016, entre os meses de janeiro e fevereiro, durante o treinamento de salvamento aquático em ambiente natural do 15º Curso de Formação de Soldado do Corpo, realizado na Lagoa Trevisan, Ledur teria submetido o aluno Maurício Júnior dos Santos, que estava sob sua autoridade, com emprego de violência, a sofrimento físico e mental, como forma de lhe aplicar castigo pessoal.
 
Apesar de apresentar bom condicionamento físico, bem como ter sido aprovado em todas as fases do concurso público para compor o quadro de servidores do Corpo de Bombeiros, incluindo a etapa TAF (teste de aptidão física), Maurício demonstrou dificuldades na execução das atividades aquáticas, o que era visível a todos os alunos e instrutores 

Segundo ação, em uma dos dias de treinamento, após percorrer cerca de 40 metros, a vítima começou a sentir câimbras, sendo auxiliada por outros alunos, tendo, inclusive, recebido uma boia ecológica.
 
Ocorre que, conforme o MP, já no meio do percurso, a denunciada determinou que os demais alunos seguissem com a travessia, deixando Maurício para trás. “A partir daí, como forma de aplicar castigo pessoal, a denunciada passou a torturar física e psicologicamente a vítima, quando, além de proferir palavras ofensivas, utilizando a corda da boia ecológica iniciou uma sessão de afogamentos, submergindo-a por diversas vezes”, diz trecho dos autos.
 
Ato contínuo, ainda conforme o MP, após alguns “caldos”, o ofendido já sem forças para emergir e respirar, segurou os braços de Ledur, implorando para que ela cessasse a atividade. A denunciada, por sua vez, além de a repreender gritando “Você está louco? Aluno encostando em oficial”, só interrompeu a sessão de afogamento quando a vítima perdeu a consciência.
 
Pouco tempo depois, o ofendido acordou desesperado, já nas margens da lagoa, momento em que veio a vomitar bastante água. “Se não bastasse, mesmo a vítima apresentando esgotamento físico e mental, a denunciada exigia, aos gritos, que Maurício retornasse para a água”. A vítima desmaiou novamente, sendo necessário seu encaminhamento à Policlínica do Coxipó.
 
Caso Rodrigo Claro
 
É o segundo processo aberto contra Ledur. Em decisão do dia 23 de setembro de 2021, por maioria, a Justiça Militar livrou a tenente bombeiro da acusação de tortura e morte do aluno Rodrigo Claro.

O crime foi desclassificado para maus-tratos, com pena privativa de liberdade estabelecida em um ano, a ser cumprida em regime inicial aberto, sem a perda da função.
 
A Justiça Militar já declarou extinta a punibilidade de Ledur na ação sobre o Aluno Rodrigo Claro.
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