O desembargador Alberto Ferreira de Souza, da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, negou pedido liminar por liberdade formulado por Rodrigo Barbosa, filho do ex-governador Silval da Cunha Barbosa, preso em consequência da Operação Sodoma, sem sua quarta fase.

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A decisão foi estabelecida nesta sexta-feira (29). Conforme o magistrado, existe a "real possibilidade de documentos imprescindíveis para a investigações serem arruinados", caso a prisão seja revogada.

Os advogados argumentavam que a prisão preventiva deveria ser decretada nula, por ser baseada em depoimentos de colabores ainda pendentes de homologação. A defesa afirmava, ainda, que a prisão cautelar foi decretada com base em uma delação seletiva. Os advogados também tentaram argumentar sobre uma falta de contemporaneidade dos fatos.

Rodrigo Barbosa foi preso na última segunda-feira (25). Conforme a magistrada Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal, há indícios de que o filho do ex-governador tenha invadido o apartamento do tio do ex-secretário de Administração, Pedro Elias Domingos (Colaborador na Sodoma), e furtado documentos importantes para as investigações.

Segundo os autos da Sodoma, Rodrigo agiria a mando de Silval para identificar aliados e arrecadar dinheiro, cumprindo o interesse de uma organização criminosa que saqueou os cofres públicos durante anos em Mato Grosso.

Silval Barbosa está preso desde o dia 17 de setembro de 2015.

O caso

O Ministério Público de Mato Grosso denunciou 17 pessoas pelos crimes de fraude em licitação, fraude processual, lavagem de dinheiro e crime contra a administração pública. Entre os denunciados estão o ex-governador Silval Barbosa, o ex-deputado estadual José Riva e o ex-prefeito de Várzea Grande, Wallace dos Santos Guimarães.

São acusados, ainda, Marcel Souza de Cursi, Pedro Jamil Nadaf, Rodrigo da Cunha Barbosa, Silvio Cezar Correa Araújo, José Jesus Nunes Cordeiro, César Roberto Zílio, Pedro Elias Domingues, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, Karla Cecília de Oliveira, Tiago Vieira de Souza, Fábio Drumond Formiga, Bruno Sampaio Saldanha, Antonio Roni de Liz e Evandro Gustavo Pontes da Silva.

A denúncia foi proposta pela promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco Silva, no dia 12 de abril. O caso é conseqüência da Operação Sodoma, na junção de todas as fases.