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ENTREVISTA EXCLUSIVA

Lobista da Ventríloquo diz que defesa de Romoaldo Junior é "bravata" de quem está "desesperado"; confira entrevista

26 Abr 2016 - 15:35

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Lobista da Ventríloquo diz que defesa de Romoaldo Junior é
Acusado de ter atuado como lobista no esquema que desviou cerca de R$ 10 milhões dos cofres públicos, o advogado Julio Cesar Domingues Rodrigues, réu na “Operação Ventríloquo” e solto há menos de uma semana, esteve frente-a-frente com a juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda, na tarde desta segunda-feira (25) para audiência que definiu as medidas cautelares contra ele impostas. Ao final, conversou com exclusividade ao Olhar Jurídico. Fez uma avaliação rápida sobre o esquema e criticou a postura do deputado Romoaldo Junior (PMDB), que lhe chamou de "maluco" após ter seu nome citado em confissão.


A "Operação Ventríloquo" investiga um suposto desvio de aproximadamente R$ 10 milhões na Assembléia Legislativa. No caso, foram denunciados o ex-deputado José Geraldo Riva, ex-procurador-geral Anderson Flavio de Godoi, o advogado Julio Cesar Domingues (suposto lobista) e o ex-secretário geral Luiz Marcio Bastos Pommot.

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Julio César, como foram os primeiros dias de liberdade?


“A gente ainda está voltando à rotina. Comecei um tratamento de saúde para poder se recuperar, tanto fisicamente quanto psicologicamente, e agora retornar ao trabalho, cumprindo a risca todas as determinações do juízo e continuar contribuindo. Infelizmente, às vezes o único meio de você desmascarar umas situações é você se ver envolvido nelas. às vezes é o único meio de você desmascarar certas situações”.

Já disse, à justiça, tudo o que deveria?

“Sim, sim, de forma 100%. Já fiz tudo o que poderia fazer para contribuir com o judiciário e a apuração da verdade real. Agora é aguardar a sentença judicial”.

Com relação ao fato de José Riva ter decidido confessar e se propor a dizer tudo o que sabe, o senhor vê nisso alguma estratégia?

“Acho que se o deputado Riva disse que vai revelar tudo, acho que é porque ele deve ter alguma coisa para revelar. Ele não ia fazer uma afirmação dessas sem nenhum conteúdo. Então, tem que aguardar o deputado fazer a análise dele e apresentar à justiça o que ele sabe”.

Sobre a acusação de você ter sido beneficiário de R$ 340 mil, isso procede?

“Eu fui inserido pelo Joaquim. No início o processo tramitava legalmente, licitamente, sem problema algum. Posteriormente, fui envolvido por Joaquim nessa situação. Os valores recebidos funcionavam a titulo de honorários advocatícios. Mas o Joaquim acabou usando a minha pessoa para poder angariar lucro fácil, dinheiro público e continuar com ele até hoje”.

Sobre a tese de que Romoaldo Junior teria tido participação preponderante no esquema e ter lhe chamado de “louco”:

“Eu só reafirmo tudo o que eu já disse em juízo, a respeito do deputado Romoaldo Junior. Tudo o que disse em juízo foi o que de fato aconteceu. Eu sei que ele foi até a imprensa e fez várias bravatas, mas no final, com certeza a verdade real... e a justiça vai apurar tudo, vai ver que de fato eu tenho razão, que essas bravatas dele não passam de uma defesa de principiante e que desesperado está ele”.

Sobre o fato de José Riva negar ter pedido 45% de propina. E que o número já estava decidido anteriormente. Você acredita nessa tese?

“Não, não acredito. Isso contradiz o que eu coloquei em juízo e não foi assim...”

O caso

Júlio César foi preso por agentes do Gaeco por suposto envolvimento em um esquema de fraudes de R$ 9,6 milhões na Assembleia. Os fatos foram investigados na Operação Ventríloquo.

Segundo o (Gaeco), a ALMT contratou um seguro junto ao antigo Bamerindus Companhia de Seguros na década de 90 (hoje HSBC, que o incorporou), porém, não quitou os valores devidos, o que levou à Seguradora ingressar com a ação de execução no ano de 1997.

Passados quinze anos, em meados de 2012, com a ação judicial ainda em andamento, o advogado Julio Cesar Domingues Rodrigues, supostamente atendendo aos ditames dos demais integrantes do bando criminoso, procurou Joaquim Fabio Mielli Camargo se dizendo intermediário da ALMT e se colocando à disposição para negociar referidos valores; aduzindo, em seguida, já no ano de 2013, que o Procurador-Geral daquele órgão daria parecer favorável, ocasião em que fora protocolado requerimento administrativo de pagamento do débito junto à ALMT e que deu origem ao Processo Administrativo nº 45/2013.

Segundo os promotores, entre os meses de fevereiro à abril de 2014 os denunciados subtraíram cerca de R$ 9,5 milhões em proveito próprio e alheio valendo-se da condição de funcionários públicos de alguns de seus membros.
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