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OPERAÇÃO VENTRÍLOQUO

Lobista réu na Ventríloquo dispara: "O diretor do Centro de Custódia agia como funcionário de Riva"

16 Abr 2016 - 17:54

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Paulo Victor Fanaia / Olhar Direto

Lobista réu na Ventríloquo dispara:
Se houve alguém que puxou a “fila da confissão” na Sétima Vara Criminal na noite desta última sexta-feira (15), durante as audiências da “Operação Ventríloquo”, foi certamente Júlio César Domingues Rodrigues, advogado acusado de compor o grupo que realizou a fraude que desviou cerca de R$ 9,6 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa (AL). Rodrigues, que obteve alvará de soltura da juíza Selma Arruda já durante a audiência, acusa o ex-deputado José Riva de atormentá-lo no Centro de Custódia da Capital (CCC), onde ambos estavam presos. Ele ainda faz uma revelação polêmica: “O diretor do CCC agia como um funcionário de Riva”.


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Agitado e falando rápido, Júlio César Domingues Rodrigues, apontado como “lobista” do esquema criminoso da AL, revelou à juíza Selma Arruda que no CCC “Riva faz o que quer”. Lá, o ex-deputado estaria o perseguindo, fazendo ameaças veladas e o intimidando sempre que podia.

Ainda, Rodrigues revela que funcionários do CCC estariam agindo de forma a lhe causar medo. O ápice, segundo revela o próprio, teria sido quando inseriram em sua cela um preso comum já condenado do Carumbé. “As 23h chega entra um indivíduo todo ensanguentado na cela”, narra. O preso teria sido apartado do presídio da capital por se envolver em uma briga.

Rodrigues lembra que a medida fere seu direito à privacidade, garantido por prerrogativas da “Ordem dos Advogados do Brasil” (OAB). Além de, segundo ele, representar uma clara tentativa de intimidação.

Ainda, Revela ter sofrido pressão, quando preso, para que se mantivesse em silêncio. O deputado Mauro Savi (PSB) chegou a lhe dizer, segundo narra, que “pessoas poderiam mandar matar Joaquim Fábio Mielli”.

O réu chegou a protocolizar dois recursos na justiça por liberdade, considerando o risco que sofria na prisão preventiva. Entretanto, foram negados, sendo o último deles em 04 de janeiro deste ano, pelo desembargador Orlando Perri, em regime de plantão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), conforme fora notíciado por Olhar Jurídico.

Rodrigues revela temer por sua vida e por sua família. Diz à magistrada Selma Arruda que não apenas no presídio sofria intimidação, como também fora dele. Segundo o próprio narra, o deputado Romoaldo Junior teria lhe ameaçado diversas vezes, dizendo que ele estaria “acabado”, enquanto ainda exigia quantias em dinheiro.

“Ferrar com Riva”:

Sobre o bilhete polêmico escrito por Rodrigues e que chegou a render uma Picante em Olhar Direto, onde se lia Ferrar com: Riva, Romoaldo, Procurador do Estado, Procurador da Assembléia, HSBC, (palavra ilegível) OAB”, o réu não nega. Diz que de fato o escreveu, mas no calor do momento. Bilhete verdadeiro, porém sem importância, Rodrigues o considerou “um desafabo”.

Versão de José Riva:

Em sua defesa, o ex-deputado foi breve. Disse que as acusações do “lobista” são absolutamente infundadas e que seu “destempero” é típico. Conta, nos corredores, que Rodrigues ganhou fama no CCC pelo seu comportamento explosivo.

Solicita a justiça que se avaliem as filmagens internas do CCC para avaliar se de fato ele um réu tenha se aproximado do outro. Por elas, argumenta Riva, serão constatadas que as acusações são pueris.

O Outro Lado:

Olhar Jurídico procurou a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) para rebater as graves acusações, mas não conseguiu contato.
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