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Promotor vê momento como histórico: “foi a primeira vez que Riva confessou a prática de corrupção”

16 Abr 2016 - 09:05

Da Redação - Arthur Santos da Silva/ Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Samuel Frungilo (esquerda)

Samuel Frungilo (esquerda)

O promotor de Justiça Samuel Frungilo qualificou a noite da última sexta-feira (16) como um momento histórico para Mato Grosso. Em audiência na Sétima Vara Federal, o ex-deputado José Geraldo Riva confessou sua participação em um esquema para desvio de dinheiro público. “Hoje foi a primeira vez, eu acredito, na história de Mato Grosso, em que o ex-deputado José Geraldo Riva , em juízo, confessou a prática de corrupção”, afirmou o promotor.


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“Hoje nós vivenciamos aqui um momento histórico de Mato Grosso. O ex-deputado José Geraldo Riva a mais de uma década responde a ações penais, várias ações penais, e sempre, sempre, sempre, negou a prática de qualquer crime. Isso até esses dias atrás.

O ex-parlamentar confessou, durante interrogatório , ter participado de um esquema na Assembleia Legislativa de Mato Grosso para desviar cerca de R$ 9,6 milhões. Os fatos são investigados na Operação Ventríloquo e arrolam, além de Riva, o Advogado Julio Cesar Rodrigues, o ex-procurador Anderson Flavio de Godoi e Luiz Marcio Bastos Pommot.

Após chorar, José Riva ainda citou a participação no esquema dos deputados Romoaldo Junior e Mauro Savi. Um suposto pagamento de vantagem indevida para um assessor do deputado Guilherme Maluf, atual presidente da “Casa de Leis”, também foi exposto.A confissão é prevista como atenuante de pena no código penal.

“A prova nos autos é muito robusta. A condenação viria de qualquer maneira. Mas, os senhores vejam que ele usou o termo propina. Ele admitiu o recebimento de propina, não só por ele, como por outros parlamentares. O que isso, no caso dele, vai influenciar? A confissão é sempre considerada uma atenuante. Então com certeza, caso ele venha a ser condenado, ele terá, sem dúvida, uma redução de pena, que a juíza vai fixar”, salientou Frungilo.

Uma nova audiência foi marcada para o dia 20 de maio. Riva será ouvido novamente, na ocasião.

Ventríloquo


Segundo o Grupo de Combate ao Crime Organizado, a ALMT contratou um seguro junto ao antigo Bamerindus Companhia de Seguros na década de 90 (hoje HSBC, que o incorporou), porém, não quitou os valores devidos, o que levou à Seguradora ingressar com a ação de execução no ano de 1997.

Passados quinze anos, em meados de 2012, com a ação judicial ainda em andamento, o advogado Julio Cesar Domingues Rodrigues, supostamente atendendo aos ditames dos demais integrantes do bando criminoso, procurou Joaquim Fabio Mielli Camargo, representante do HSBC, se dizendo intermediário da ALMT e se colocando à disposição para negociar referidos valores; aduzindo, em seguida, já no ano de 2013, que o Procurador-Geral daquele órgão daria parecer favorável.

Segundo os promotores, entre os meses de fevereiro e abril de 2014 os denunciados subtraíram cerca de R$ 9,5 milhões em proveito próprio e alheio valendo-se da condição de funcionários públicos de alguns de seus membros.
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