O ex-delator da “Operação Sodoma”, João Batista Rosa, poderá ser novamente ouvido em juízo, se deferido pedido da defesa do ex-secretário, Marcel de Cursi, preso preventivamente desde setembro de 2015. O réu requereu para juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Arruda, que o dono da empresa Tractor Parts seja novamente interrogado para ratificar e/ou corrigir informações prestadas desde sua última audiência, em 29 de janeiro deste ano. O pedido foi protocolizado pelo advogado Roberto Tardelli e deverá ser julgado dentro de poucos dias. João Batista Rosa foi responsável pelas denuncias que desencadearam a operação e hoje figura como vítima no processo.
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João Batista Rosa foi, à princípio, apontado como coautor no suposto esquema de fraudes. Porém, convenceu o juízo de que foi vítima de extorsões e pressões para compor, com aversão, o grupo liderado pelo ex-governador. Ainda, mostrou que buscava ajudar à justiça nas investigações, apresentando provas e realizando gravações. De modo que hoje, Rosa não faz parte da ação penal, figurando apenas como colaborador do Ministério Público Estadual (MPE). Ele prestou depoimentos ao órgão e a Sétima Criminal.
Possível razão para o pedido está o fato de que poucas semanas após prestar declarações em juízo, solicitou, via petição, em 05 de fevereiro, a correção de um equivoco na denuncia, e passou a negar que os dois cheques (juntados aos autos) fossem destinados à pagamentos de extorsão e sim que teriam servido para pagamento de serviços prestados.
A condição de vítima de extorsão do ex-delator é fato recorrentemente questionado pelos advogados dos réus. Com a decisão de cancelar a colaboração premiada, o empresário não restituiu os supostos valores cedidos pelo esquema.
Já o réu e autor do requerimento, Marcel de Cursi, cumpre prisão preventiva. O ex-secretário está detido desde o dia 15 de setembro e já sofreu duas derrotas perante a esfera estadual para obter a liberdade em processo por um esquema de fraudes de R$ 2,5 milhões.
Além de Marcel, o ex-chefe do Executivo, Silval Barbosa, e o ex-secretário da Casa Civil e de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf, estão detidos.
A operação:
A Operação Sodoma foi deflagrada pela Polícia Civil para investigar a concessão irregular de incentivos fiscais mediante pagamento de propina. A contribuição do empresário João Batista Rosa (inicialmente como delator premiado), dono das empresas Tractor Parts, DCP Máquinas e Casa de Engrenagem, fundamentou a operação.
Batista teria sido extorquido em cerca de R$ 2,5 milhões para manter os incentivos fiscais de seu grupo empresarial, e mais R$ 45 mil para ser defendido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Renúncia e Sonegação Fiscal, já em 2015.
O outro lado:
Procurado por
Olhar Jurídico, o advogado confirmou a diligência, mas não entrou em detalhes quanto à razão do pedido e sobre possíveis conseqüências para a acão penal.
O advogado de João Batista Rosa também procurado, mas não obtivemos contato.
