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CÉLULA MÃE

Processo por fraude de R$ 2,6 mi de Riva chega à reta final e seis testemunhas de defesa serão ouvidas

18 Mar 2016 - 09:48

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

José Riva, no canto esquerdo, Geraldo Lauro, no canto direito

José Riva, no canto esquerdo, Geraldo Lauro, no canto direito

A juiza da Sétima Vara Criminal, Selma Arruda, retoma às 13h30 de hoje, 18, a última audiência com testemunhas arroladas na ação penal oriunda das operações “Metástase” e “Célula Mãe”, em que figura o ex-deputado José Geraldo Riva. Ele é apontado como principal articulador de um conchavo que incluía os funcionários Geraldo Lauro e Marias Helena Caramelo e que teria lesado os cofres públicos em cerca de R$2,6 milhões, em sua gestão entre 2010 e 2014, na Assembleia Legislativa. O réu será o último a ser interrogado no dia 24 deste mês.

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Conforme os autos do processo, as testemunhas a serem ouvidas na tarde de hoje são: Nadir Nascimento, Iracy Araujo Moreira, Maurício Munhoz Ferraz, Valdenir Rodrigues Benedito, Alcidina Ursula França, Luiz Carlos Conceição Correia de Almeida. Lembrando que são todas testemunhas de defesa, arrolados por um dos réus.

De acordo com o coordenador do Gaeco, o promotor Marco Aurélio Castro, “célula mãe é onde surge o câncer, o núcleo”. Entretanto, durante as investigações, perceberam que se tratava de “uma forma de corrupção endêmica”, que possivelmente não ocorria somente no gabinete do famigerado Riva. Portanto, batizaram “metástase” que, no linguajar médico, denomina “a forma como o câncer se espalha dentro do corpo” a partir da “célula mãe”.

Além do ex-deputado, na ocasião, 21 pessoas foram detidas para prestar esclarecimentos. Destes, cinco trabalhavam no gabinete de sua filha, Janaina.

De acordo com a denúncia, Riva, o suposto mentor dos outros dois esquemas citados anteriormente, também figura como principal articulador do conchavo que teria lesado os cofres públicos em cerca de R$2,6 milhões, entre 2010 e 2014, desviando as extintas “verbas de suprimento de fundos”, destinadas, na época, para pequenos gastos mensais de cada gabinete, com valores entre R$ 4 mil e R$ 8 mil.

Conforme a denúncia, o ex-parlamentar usava o dinheiro enviado ao seu gabinete para o pagamento de despesas pessoais, como o combustível de sua aeronave e honorários advocatícios, além de servir também para corromper políticos e lideranças do interior com um “mensalinho”.

A fraude ocorreu por meio de aquisições fictícias - de produtos como marmitas e materiais gráficos - feitas com a antiga verba. As notas fiscais utilizadas para justificar as compras eram falsificadas.

Segundo o testemunho de alguns servidores, eles eram coagidos a realizar pequenos saques e, posteriormente, repassavam os valores, em espécime, aos líderes do esquema (Geraldo Lauro e Maria Helena Caramello), que eram chefes de gabinete de Riva, então presidente da ALMT.

Na fase de depoimentos, Caramello teria novamente coagido testemunhas com o propósito de blindar Riva. Além disso, segundo os autos, o advogado Alexandre Nery teria prestado assessoria jurídica aos servidores na tentativa de ‘moldar’ um discurso que dificultasse a descoberta da verdade.

São réus nesta ação: José Geraldo Riva, Maria Helena Ribeiro Ayres Caramelo, Geraldo Lauro, Hilton Carlos da Costa Campos e Marisol Castro Sofré.
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