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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Antero, Vedoin e a Sabesp

“Luiz Antônio Vedoin disse ter pago ao senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) 40.000 reais por emendas parlamentares”. Quem leu isso na revista Veja de uns tempos atrás fatalmente concluirá que o atual blogueiro, radialista e – algumas vezes derrotado nas urnas – Antero Paes de Barros, integrou uma rede de crápulas que infestaram a política nefasta neste país – e que plantou raízes e sobrevivem até os dias de hoje. Por esse trecho, se verá que sua verve de “geneticamente honesto” destoa dos genes de sua família.

Mas, um pouco adiante, o leitor atento – e o eleitor acabrunhado – notará que não foi bem assim. Antero tem seus erros, mas, quer me parecer que não foi bem esse, o de se envolver com a máfia dos “sanguessugas” que tiraram dinheiro da saúde para irrigar algumas contas bancárias de campanha. Também não creio – mas não coloco a mão no fogo – que Antero tenha na sua folha de pecador um envolvimento com negócios com João Arcanjo Ribeiro – cujas denuncias pairaram por ai.

Pois bem! Foi assim, olhando dessa forma, por um prisma exclusivamente denuncista, na busca de um peso para satisfazer claramente apenas e tão somente seus anseios políticos - que Antero Paes de Barros escreveu alhures a meu respeito. Notadamente, sobre o episódio de uma gravação de uma reunião que mantive na condição de secretário de Administração com uma categoria. Episódio pisado e repisado, que não prova absolutamente nada. E da qual espero pelas investigações.

Posteriormente, ainda na sua sanha particular, o ‘digníssimo’ tenta motivar uma revolta contra meu trabalho ao destacar uma petição feita em favor de uma empresa a qual meu escritório – em que me encontro afastado – peticionou contra o Governo. Outra situação que desconhecia e que não prova absolutamente nada, especialmente se o distinto blogueiro se desse ao trabalho – o que não é muito do seu feitio, pelo visto - de verificar a minha agenda.

Tenho me colocado a serviço do funcionalismo público e na estruturação do serviço público. Foram mais de 1.200 nomeações apenas nesses seis primeiros meses do ano. Mesmo com o aperto orçamentário, lutei junto com o governador Silval Barbosa pelo reajuste de 6,17% para todos os servidores e de 8% para os professores.

Os sindicatos e o próprio Forum Sindical sabem disso. Trabalho incessantemente para restaurar o MT Saúde e também pelas garantias da Previdência do servidor, cujos governos passados ignoraram, e negocio para que não haja greves. É minha função! Nada demais.

Mas é bom que se diga que, ao contrário do que prega o blogueiro, não recebi a Secretaria de Administração como prêmio em função de minha participação como candidato a vice de Lúdio Cabral na eleição a prefeito de Cuiabá. Ali, à rigor, fizemos uma campanha limpa, propositiva, nos braços do povo, ao contrário do que fez o nobre marqueteiro de Mauro Mendes, quando se apropriou de expedientes – todos se lembram – ridículos para projetar e levar seu candidato a vitória.

Aliás, prêmio de consolação pode ser atribuído ao que o meu detrator Paes de Barros recebeu do PSDB. Derrotado em 2006 em mais uma atitude de rejeição popular, Antero conseguiu arrumar um emprego para continuar vivendo às custas do dinheiro público, ganhando o cargo de conselheiro da Sabesp, dado por seu amigo tucano José Serra. Bem remunerado, diga-se de passagem. Como radialista, Antero entende tudo de saneamento básico em São Paulo. À época, faturava R$ 12 mil por mês de jeton. Uma vergonha para um político que se diz honesto.

Eu, particularmente, jamais precisei de órgão público para sobreviver. Nem de mandato. Jamais corri atrás de cargo. Em tempo algum briguei para ser secretário de qualquer Governo e tampouco “derrubei” algum chefe da Casa Civil para ocupar o cargo de relevância em busca de uma eleição. Nem tenho no meu currículo a perseguição e a articulação para ‘encostar’ amigos históricos em busca de uma candidatura. Porém, a história pautada de Antero de Barros é essa: a de um homem maquiavélico, ranzinza, que faz a política do mal.

Minha vida, por história, foi de militância, começando como assessor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alta Floresta, até chegar a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso. Cargos jamais remunerados. Ainda jovem, me filiei ao PMDB e jamais deixei o partido. Sempre como militante. Aliás, militância é uma palavra que Antero de Barros certamente só conhece pelo vocabulário ou quando vai atrás de votos. Meu sustento veio como profissional liberal. Fiz, faço e sempre farei minha carreira como advogado e professor de Direito.

Portanto, repudio e não aceito as críticas feitas por Antero a minha pessoa e tampouco ao meu comportamento. Na verdade, as vejo apenas com critérios fundamentados no seu imediatismo político. Afinal, mais uma vez, “Anterinho” vai correr atrás de um mandato, no ano que vem. É um persistente carreirista. Vejo as críticas, a rigor, com lamento porque esperava mais de um homem que assina ser “constituinte”. Ao tempo de crescer, Vedoin disse ter pago ao senador Antero R$ 40 mil por emendas parlamentares!

Aliás, Antero deveria olhar mais para os eleitores e ver onde foi colocado, ou seja, no cemitério político, por milhões de coveiros.

Francisco Faiad é advogado, professor e ocupa atualmente o cargo de secretário de Estado de Administração

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