O ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), manteve a prisão de Elias Martins de Oliveira Ramos, alvo da Operação Último Voo, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), para desarticular ações dos líderes do Comando Vermelho em Mato Grosso.
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Elias manejou habeas corpus na Corte Superior pedindo a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares, após o Tribunal de Justiça negar o requerimento em âmbito estadual. O argumento é que medidas alternativas à prisão seriam suficientes para o caso.
Porém, examinando a sustentação, o ministro anotou que a prisão de Elias foi decretada, em todas as instâncias antecedentes, em razão da sua periculosidade social, evidenciada pelas circunstâncias concretas do fato. Segundo consta dos autos, foram apreendidos com o ele, no momento do flagrante, 990,62g de maconha. Soma-se a isso o fato de ele integrar o Comando Vermelho.
“Cumpre salientar que, ao expor de forma fundamentada e concreta a necessidade da prisão, as instâncias ordinárias afastaram a possibilidade de sua substituição por outras medidas cautelares mais brandas. Ante o exposto, com fundamento no art. 34, XX, do RISTJ, não conheço do habeas corpus”, anotou Reynaldo, em decisão proferida nesta terça-feira (27).
Último voo
Operação Último Voo foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), em fevereiro deste ano, para cumprimento de mandados de busca, apreensão e sequestro de bens de familiares e pessoas ligadas à suposta vice-liderança do Comando Vermelho em Mato Grosso, Miro Arcângelo Gonçalves de Jesus, também conhecido como Miro Louco, Gentil, GL, Veião, Lojo e Mano G. Operação teve 15 alvos. Veja os nomes ao final.
Olhar Direto teve acesso ao documento que consta a lista dos envolvidos, incluindo uma empresa de terraplanagem.
Segundo o Gaeco, os mandados foram cumpridos em Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Sorriso e São José dos Quatro Marcos. Ordens judiciais também foram cumpridas também em Campo Grande (MS), na cidade de Ananindeua, no Pará; e em Catanduvas, no Paraná.
Ao todo, foram realizadas as buscas em 19 endereços e foram apreendidos aparelhos e chips de celulares, notebook, cinco veículos, dinheiro em espécie, joias, uma barra de ouro, uma máquina de contar cédulas e documentos contábeis que indicam operações de traficância. Foi encontrado, ainda, aproximadamente 1 kg de maconha.
Veja nomes
Sebastiana Gonçalves de Jesus
Margarete Gonçalves Magalhães
Rosilene Martins Siqueira
Raquel Souza Gomes da Silva
Wanderleia Reis da Silva
Fernando Almeida de Jesus Neris
Elias de Oliveira Ramos
Juliana Pereira Soares
Reginaldo Alves Seles
Telma Miranda do Amaral
Elias Martins de Oliveira Ramos
Edinet Martins Siqueira Ramos
Nathália Fernanda de Morais
Romislei Gonçalves da Silva
José Odair da Silva
Nova Era Terraplanagem ME, de São José dos Quatro Marcos.