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Justiça revoga prisões preventivas de quatro investigados na Operação Parasita

Da Redação - Arthur Santos da Silva

O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, relaxou prisões preventivas decretadas em face de Rodrigo Araujo da Silva, Maylson Muniz Vieira, Raniere Leite Jaruzo dos Santos e Felipe Hadan da Slva Machado, alvos da Operação Parasita.

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“Apesar da complexidade da causa, que conta com pluralidade de réus e defensores, não sendo possível atribuir o prolongamento do trâmite processual à defesa, e considerando a data de início da segregação cautelar e do recebimento da denúncia, ambos ocorridos há mais de 01 (um) ano, mostra-se forçoso reconhecer o excesso de prazo na instrução criminal, tornando ilegal a manutenção das prisões preventivas”, destacou o magistrado.
 
A operação investigou organização criminosa voltada ao tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes conexos. No decorrer das investigações, ficou demonstrado que os alvos atuavam no tráfico de drogas em diversos municípios de Mato Grosso, dentre eles Barra do Bugres, Alto Paraguai, Jaciara, Nova Olímpia, Feliz Natal e Nova Mutum.

O grupo era responsável pela carga de cerca de 500kg (quinhentos quilogramas) de maconha, apreendida em 2019, em Rondonópolis. Na oportunidade, apenas duas adolescentes haviam sido apreendidas quando mantinham a droga em depósito a mando dos líderes da organização investigada.

As investigações apontaram ainda que a organização criminosa funcionava como uma espécie de franquia do crime, com conexões e relações comerciais com outras organizações criminosas, dentro e fora de Mato Grosso. O grupo organizava a logística de fornecimento de entorpecentes a integrantes de outras organizações atuantes na região nordeste do Brasil.

Os integrantes pagavam taxas mensais e eram obrigados a repassar boa parte dos lucros das atividades aos líderes. A organização criminosa investigada possuía setores operacional, contábil e financeiro. Os principais membros, que já se encontravam presos, contavam com a ajuda de outros em liberdade para executarem suas ordens, recolhimento de dinheiro, distribuição de drogas e fiscalização das movimentações financeiras.

Por meio de autorização judicial, foram constatadas volumosas movimentações em dinheiro em nome de vários investigados. O somatório dos valores que circulou nas contas no período de 2018 a 2020 superou R$18 milhões. Nenhum dos investigados possui rendimentos lícitos conhecidos que possam justificar os altos valores movimentados, sendo que alguns deles, inclusive, recebiam benefício assistencial do governo.
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