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Notícias / Civil

Antonio Joaquim chora em coletiva sobre arquivamento de investigação que descartou lavagem de dinheiro

Da Redação - Arthur Santos da Silva/ Do Local - Erika Oliveira

O conselheiro Antonio Joaquim concedeu entrevista coletiva nesta segunda-feira (9), em seu gabinete, no Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), para tratar sobre arquivamento de investigação pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre suposta lavagem de dinheiro.

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O inquérito arquivado trata sobre suposta irregularidade em contrato de compra e venda de fazenda do conselheiro. O conselheiro chorou durante a coletiva e e voltou a apontar suposto abuso de autoridade por parte do ex-governador Pedro Taques e do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot. 

"Como é que o Janot abusou da autoridade e criminalizou um negócio autentico, que existe aí fora? As pessoas compram e vendem. Houve uma diferença na escritura e no contrato de compra e vende. Eu reconheci e estou acertando isso na receita federal. O que vale para mim é o arquivamento. Demonstra que eu tinha razão em confiar na instituição".

Segundo Antonio Joaquim, os crimes de falsidade ideológica e sonegação fiscal ainda são investigados, mas serão esclarecidos. Ainda conforme o conselheiro, denúncia sobre irregularidades envolvendo a fazenda já foi formulada contra Silval Barbosa e Wanderlei Fachetti Torres. Contra ele, porém, o caso foi arquivado.
 
Investigações tiveram início após as delações premiadas do ex-governador Silval Barbosa e seu irmão Antônio Barbosa, que relataram a participação do conselheiro em um esquema fraudulento de compra e venda de uma fazenda efetuado com Silval e o empresário Wanderlei, dono da Trimec Construções e Terraplanagem Ltda.
 
Conforme a delação de Silval Barbosa, em junho de 2012, a empresa Trimec Construções e Terraplanagem Ltda., administrada por Wanderley figurou como comprador de uma fazenda de Antônio Joaquim e sua esposa. No entanto, o verdadeiro comprador do imóvel foi Silval Barbosa, à época governador, tendo Wanderley apenas sido “testa de ferro”.
 
Além da ocultação do nome do então governador, houve também o subfaturamento do valor do imóvel, com o propósito de sonegar impostos, conforme as investigações. Enquanto no contrato de compra e venda constava o valor de R$ 4 milhões, o acordo real teria sido de R$ 10 milhões, sendo uma entrada e as outras parcelas anuais, tendo sido quitadas no último ano de mandato de Silval, em 2014. A redução do valor da transação teria ocorrido com o objetivo de reduzir também o valor dos impostos a serem pagos.
 
Segundo a delação de Silval Barbosa, o dinheiro que ele utilizou para comprar a fazenda de Antônio Joaquim originou-se de diversos esquemas de corrupção praticados em seu governo, como propinas recebidas pela intermediação de um contrato firmado entre a Trimec e a Votorantim, propinas recebidas em fraudes no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e no programa de asfaltamento de estrada MT Integrado.
   
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