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Dr. Bumbum tem registro profissional cassado por exercício mercantilista da Medicina e vantagem indevida

Da Redação - Vinicius Mendes

O médico Denis Cesar Barros Furtado, conhecido como Dr. Bumbum, teve seu registro profissional cassado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Distrito Federal, por ter infringido 13 artigos do Código de Ética Médica. Ele teria feito propaganda enganosa, obtido vantagens decorrentes da relação médico-paciente, e praticado exercício mercantilista da Medicina.
 
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O caso em questão não tem relação com a morte da cuiabana Lilian Quezia Calixto de Lima Jamberc, que foi submetida a uma cirurgia plástica com o Dr. Bumbum no dia 14 de julho de 2018. O médico chegou a ficar preso, mas depois obteve o direito de responder em liberdade.
 
A pena do CRM-DF foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal da última quarta-feira (1). Além de Denis Cesar Barros Furtado, também teve cassado seu registro profissional a mãe dele, Maria de Fátima Barros Furtado. Os dois infringiram 12 artigos do Código de Ética Médica e Denis infringiu um a mais, o artigo 40. Eles foram alvo de um Processo Ético-Profissional do CRM-DF, que resultou na cassação.
 
As infrações foram:
 
Art. 10. Acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a Medicina ou com profissionais ou instituições médicas nas quais se pratiquem atos ilícitos.
Art. 14. Praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação vigente no País.
Art. 17. Deixar de cumprir, salvo por motivo justo, as normas emanadas dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina e de atender às suas requisições administrativas, intimações ou notificações no prazo determinado
Art. 40. Aproveitar-se de situações decorrentes da relação médico-paciente para obter vantagem física, emocional, financeira ou de qualquer outra natureza.
Art. 58. O exercício mercantilista da Medicina.
Art. 69. Exercer simultaneamente a Medicina e a Farmácia ou obter vantagem pelo encaminhamento de procedimentos, pela comercialização de medicamentos, órteses, próteses ou implantes de qualquer natureza, cuja compra decorra de influência direta em virtude de sua atividade profissional.
Art. 82. Usar formulários de instituições públicas para prescrever ou atestar fatos verificados na clínica privada.
Art. 87. Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente.
Art. 90. Deixar de fornecer cópia do prontuário médico de seu paciente quando de sua requisição pelos Conselhos Regionais de Medicina.
Art. 112. Divulgar informação sobre assunto médico de forma sensacionalista, promocional ou de conteúdo inverídico.
Art. 113. Divulgar, fora do meio científico, processo de tratamento ou descoberta cujo valor ainda não esteja expressamente reconhecido cientificamente por órgão competente.
Art. 115. Anunciar títulos científicos que não possa comprovar e especialidade ou área de atuação para a qual não esteja qualificado e registrado no Conselho Regional de Medicina.
Art. 118. Deixar de incluir, em anúncios profissionais de qualquer ordem, o seu número de inscrição no Conselho Regional de Medicina.
 
Relembre o caso da cuiabana
 
Lilian faleceu depois de ter ido para o Rio de Janeiro fazer um preenchimento de glúteo com PMMA, no dia 14 de julho, pela manhã. Primeiramente, a cirurgia estaria marcada para acontecer em Brasília, mas foi transferida em cima da hora para o Rio. Ela trocou a passagem e foi.
 
No mesmo dia, após o procedimento, Lilian chegou a sair do local onde foi atendida para ir jantar. Logo depois, começou a passar mal e foi hospitalizada e sofreu um mal súbito. A hora da morte foi registrada às 2h da madrugada. No entanto, o Hospital teria ligado para o telefone do responsável – uma amiga, a única que sabia que ela faria o procedimento – só doze horas depois, às 14h do dia 15 de julho.
 
Lilian foi gerente do antigo HSBC e estava, à frente das contas do banco Bradesco. Natural de Barra do Bugres, ela era muito conhecida na capital. Ela deixa dois filhos. Um rapaz de 25 anos, e uma menina de 13, além do marido.
 
O Conselho Regional de Medicina (Cremerj) abriu procedimento para apurar o caso. Famoso nas redes sociais, o médico possuía à época mais de 600 mil seguidores e ofertava procedimentos de estética no Rio, em São Paulo e em Brasília. Nas redes sociais, ele é conhecido como 'Doutor Bumbum', em alusão aos procedimentos que realizava.
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