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Médica denunciada por morte de verdureiro terá uma cautelar a menos para cumprir por causa de coronavírus

Da Redação - Vinicius Mendes

A médica Letícia Bortolini, que foi denunciada pela morte do verdureiro Francisco Lucio Maia, ocorrida no dia 14 de abril de 2018, não precisará cumprir uma das medidas cautelares impostas a ela quando foi solta. Mensalmente a médica tinha que comparecer ao Fórum de Cuiabá, mas em decorrência da portaria publicada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que trouxe medidas de prevenção contra a proliferação do coronavírus, esta obrigação foi suspensa, não só no caso de Letícia, mas de qualquer pessoa na mesma situação.

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Letícia foi presa em flagrante dentro de sua residência, em um condomínio de alto padrão, localizado no bairro Jardim Itália. No entanto, no dia 16 de abril de 2018, ela foi solta, após o desembargador Orlando Perri conceder habeas corpus. O magistrado revogou a prisão, mas impôs uma série de medidas restritivas que, se descumpridas, podem culminar em penas como a perda da liberdade.

Uma das medidas cautelares impostas foi a de comparecimento mensal em juízo. No último dia 6 de março Letícia compareceu  perante a secretaria da 12ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, para cumprir a medida. Esta obrigação, no entanto, está suspensa.

O Poder Judiciário de Mato Grosso decretou o fechamento das portas do Palácio da Justiça, dos Fóruns das Comarcas do Estado de Mato Grosso e de quaisquer dependências do serviço judicial.

Para a manutenção dos serviços do Judiciário, foi instituído regime obrigatório de teletrabalho. A nova portaria é uma ação que visa frear a proliferação do coronavírus, considerado uma pandemia. O fechamento das portas do Judiciário irá vigorar de 20 de março a 20 de abril.

Desta forma todos aqueles que, assim como Letícia, tinham a obrigação de comparecer mensalmente em juízo para prestar esclarecimentos, não terão mais este dever, temporariamente.

O caso
 
Um homem de 48 anos identificado como Francisco Lucio Maia, morreu na noite do dia 14 de abril, após ser atropelado pela médica Letícia Bortolini, 35, na Avenida Miguel Sutil, região do bairro Cidade Verde, em Cuiabá. Letícia estava em um Jeep Compass, com o marido, e ambos fugiram sem prestar socorro à vítima. Na mesma noite, ela acabou sendo presa e encaminhada ao Cisc Planalto, mas acabou sendo solta.
 
A família do verdureiro se manifestou diversas vezes, indignados com o caso. Durante o depoimento do marido de Letícia, as filhas de Francisco confrontaram a ele e à sua defesa. A médica se recusou a prestar depoimento e afirmou que falará sobre o caso somente à Justiça. Nenhuma audiência sobre o caso foi realizada até o momento.
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