A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) reduziu as penas de Moisés Silva Coronado e Welington Pablo da Silva Machado, que foram afastados da Polícia Militar e foram condenados por crimes contra a dignidade sexual e estupro contra duas adolescentes. Eles haviam sido condenados a oito anos de reclusão e cinco meses de detenção.
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O relator do processo, desembargador Rondon Bassil Dower, considerou que não houve abandono de posto (como havia sido imputado aos dois) e também que a pena era muito alta, justificando que não ficou esclarecido o motivo da majoração da pena.
Eles haviam sido denunciados após trafegarem em uma viatura caracterizada da PM e oferecerem carona a duas adolescentes, ocasião em que ofertaram bebida alcoólica às garotas e ainda mantiveram relação sexual.
O relator votou pela redução da pena de Moisés Silva Coronado para quatro anos e oito meses de reclusão e três meses e 20 dias de detenção em regime aberto. Já para Welington Pablo da Silva Machado ele votou pela redução da pena para três anos e seis meses reclusão e quatro meses e 20 dias de detenção regime aberto. O voto foi seguido pelos desembargadores Gilberto Giraldelli e Juvenal Pereira.
Afastamento
Moisés Silva Coronado e Welington Pablo da Silva Machado foram afastados em maio de 2018 após pedido do Ministério Público. O MP argumentou que os policiais poderiam interferir diretamente na instrução processual.
Mídias anexadas aos autos demonstraram que um dos réus estava fazendo ameaça velada à vítima após depoimento prestado ao promotor de Justiça do município de Colniza, onde os fatos ocorreram. Conforme o MP, as condutas praticadas pelos policiais também caracterizam crimes militares, que são de competência da Vara Militar de Cuiabá, onde os acusados foram condenados.
O corpo de uma das adolescentes foi encontrado em setembro de 2018 em um lixão. A família teve que ser chamada para fazer o reconhecimento. Junto ao corpo estavam pertences da jovem.
O corpo foi localizado por um catador de lixos recicláveis que acionou as autoridades. Késia estava desaparecida desde o dia 8 de setembro do mesmo ano, quando saiu de casa para estudar na casa de uma amiga e não retornou. No entanto, não foi provado o envolvimento de Moisés ou Welington no homicídio.
Um homem identificado como Rodrigo José Grasse foi preso no dia 18 de setembro de 2018 suspeito de participação na morte da adolescente.