A bombástica delação do ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Geraldo Riva, homologada nesta quinta-feira (20), promete trazer, além de políticos, nomes de servidores, gestores e até pessoas jurídicas que teriam integrado organização criminosa que instalou a corrupção nos três Poderes de Mato Grosso.
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Conforme o termo de homologação, o conteúdo da colaboração envolve supostas condutas ilícitas atribuídas a ex-parlamentares e gestores, ocupantes de mandatos e cargos públicos e servidores públicos, além de empresários e pessoas jurídicas.
Todos eles, conforme a delação do ex-deputado estadual, formaram quadrilha, posteriormente associação e aparente organização criminosa ao longo de mais de duas décadas, institucionalizando a corrupção nos poderes Legislativo e Executivo, a ponto de alcançar, em tese, membros do Poder Judiciário.
Ainda conforme despacho do desembargador Marcos Machado, a voluntariedade de Riva foi confirmada na audiência realizada em 10 de fevereiro deste ano, quando ele afirmou ter tomado a iniciativa de propor o acordo de colaboração, sem coação ou ameaça.
A bombástica delação de José Riva foi dividida em 57 caixas (mesmo número de anexos), que contém documentos e as declarações do colaborados sobre as supostas condutas ilícitas praticadas pela organização criminosa.
Homologação
O desembargador Marcos Machado, membro do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), homologou a delação premiada firmada pelo ex-deputado estadual José Riva. A decisão é desta quinta (20) e promete estremecer o cenário político do Estado. Somente o "mensalinho", que teria ocorrido desde 1995, movimentou R$ 175 milhões.
Delação
Conforme apurado pelo
Olhar Juridico, a colaboração premiada de José Riva apresenta lista com 38 nomes de ex-deputados e deputados que supostamente receberam mensalinho na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Os fatos tiveram início em 1995 e alcançaram montante aproximado de R$ 175 milhões.
Riva também disse ao Ministério Público (MPE) que desde 1995 os deputados estaduais gastaram aproximadamente R$ 40 milhões durante negociações para as eleições da Mesa Diretora.
Para comprovar os crimes, o ex-parlamentar apresentou transferências bancárias, depósitos, notas promissórias e testemunhas.