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Notícias / Criminal

Gerson relata 'barriga de aluguel' do Gaeco e acusa promotores de pirotecnia

Da Redação - Vinicius Mendes / Da Reportagem Local - Arthur Santos da Silva

O cabo da Policia Militar (PM) Gerson Correia Junior está sendo ouvido na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, na tarde desta quinta-feira (13), para dar informações sobre a denúncia que fez contra o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), acusando o órgão de manipular seletivamente áudios e vídeos de operações para conseguir força midiática, como teria ocorrido na “Operação Ouro de Tolo”, que teve como alvo a ex-primeira-dama Roseli Barbosa. O cabo afirmou que o Gaeco praticou “barriga de aluguel”, buscava a prisão de Roseli e sua atuação tinha um “viés pirotécnico”.
 
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Gerson está sendo ouvido como testemunha já que, na condição de militar, fez parte do Gaeco. Segundo relatou, a Operação Ouro de Tolo teve início em Primavera do Leste. Foram identificados diálogos que remetiam a esquemas no Governo do Estado e aí a investigação veio para Cuiabá.
 
O cabo afirmou que na segunda fase da operação interceptações telefônicas foram direcionadas para que houvesse a prisão de Roseli. Gerson reafirma que houve manipulação seletiva de áudios. Segundo ele o Gaeco vazava informações, como uma de uma conversa entre o desembargador Marcos Machado e o ex-governador Silval Barbosa.
 
O militar afirmou que participou de operações com erros dolosos e culposos. Segundo ele, em alguns casos, auditorias sobres as operações foram ocultadas. Gerson ainda afirmou que houve prática de “barriga de aluguel” na Ouro de Tolo, citando que números de Silval Barbosa e seus filhos foram inseridos ilegalmente nas interceptações, com anuência dos promotores.
 
De acordo com o cabo, o vazamento de áudios de Silval com o desembargador Marcos Machado tinha o interesse de expor o magistrado ao ridículo e futuramente provocar uma suspeição. Ele também afirmou que durante o começo da investigação houve seletividade de interceptações para que o caso não fosse remetido à Segunda Instância. O militar citou os nomes dos promotores Marco Aurélio de Castro e Samuel Frungilo
 
Denúncia feita em audiência
 
Em julho do ano passado Gerson, ao ser ouvido na 11ª Vara Criminal Especializada em Justiça Militar de Cuiabá sobre o caso da “Grampolândia Pantaneira”, acusou o Ministério Público de cometer práticas irregulares em diversas investigações, como suposta invasão de privacidade, injúrias e uso indevido do direito de imagem.
 
Uma das operações em que houve esta prática, segundo Gerson, foi a Operação Ouro de Tolo, que teve como alvo a ex-primeira-dama Roseli Barbosa. Na ocasião da Ouro de Tolo, o desembargador Marcos Machado teve conduta questionada após divulgação de uma escuta telefônica com Silval Barbosa, a respeito da soltura da ex-primeira-dama Roseli Barbosa, presa justamente na Operação Ouro de Tolo.
 
Os áudios obtidos junto ao Ministério Público foram expostos pela TV Centro América. A reportagem veiculou um diálogo suspeito entre as partes, gerando especulações sobre possível favorecimento. Na audiência de hoje (13), Gerson afirmou que o interesse do Gaeco era expor o magistrado ao ridículo e futuramente provocar uma suspeição.
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