O coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), o promotor Marco Aurelio de Castro, informou que a denúncia da Operação Metástase e seu desdobramento, a Operação Célula Mãe, deve ser oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE) até a próxima quinta-feira (22). Na denúncia, serão apontados quatro pessoas como líderes do suposto esquema que teria desviado mais de R$ 2 milhões da verba de suprimento da Assembleia Legislativa.
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O ex-deputado estadual José Riva (PSD) e dois ex-chefes do seu gabinete, Maria Helena Ribeiro Alves Caramelo e Geraldo Lauro, continuam presos acusados de liderar o esquema. Além deles, um quarto elemento foi apontado pelo Gaeco como líder, porém, o promotor não revelou quem seria.
“Nossa conclusão não se alterou. É aquela estrutura de liderança que já havíamos passado, Riva, Maria Caramello, Geraldo Lauro e mais alguns personagens estão na estrutura central. Posso dizer que quatro pessoas estariam na liderança”, informou Marco Aurelio à imprensa, após o depoimento de José Riva, na tarde desta segunda-feira (19).
Após passar o dia todo na sede do Gaeco, aguardando ser ouvido, o ex-parlamentar não prestou informações durante o depoimento, que durou menos de meia hora. Riva se limitou a dizer que ainda não tem conhecimento do processo, e que falará somente após se inteirar das acusações. O inquérito será concluído, portanto, sem os esclarecimentos de Riva, que deve falar somente em juízo.
“Ele se negou a responder, disse que não tem conhecimento do processo e gostaria de ter mais tempo para preparar a defesa. Mas nós cumprimos a lei, demos prazo mínimo de três dias após a intimação. Agora ele só falará em juízo. O próximo passo é o oferecimento da denúncia, das duas fases juntas (Metástase e Célula Mãe). Até quinta deve estar concluída”, disse Marco Aurelio.
O promotor não descarta prender novamente servidores e ex-servidores presos na primeira fase da operação. “Eu não descarto nada, vai depender do comportamento deles dentro do processo”, disse. Ele ainda admite a possibilidade de investigar outros deputados. “Essa verba de suprimento não é exclusiva do gabinete da presidência. Outros gabinetes faziam uso disso. Se houver indícios de uso indevido desse dinheiro, vai ser aberta investigação. Por enquanto estamos finalizando essa”, declarou.