A decisão judicial que determinou o bloqueio das contas das empresas Mixto Esporte Clube é apontada pelo presidente da agremiação, Eder Moraes, como sendo um verdadeiro desestímulo às práticas desportivas em Mato Grosso. A equipe cuiabana tem aproximadamente R$ 1 milhão em dívidas com ex-jogadores e outros profissionais que atuaram na equipe em outras funções.
O valor bloqueado pela Justiça do Trabalho são referentes a ações que já estão na fase de execução. A medida foi adotada pela juíza Laiz Alcântara Pereira, que determinou a apreensão do montante de R$ 631,381,28 das contas do Mixto e outros R$ 535.560,16 da empresa MS Promoções, Eventos e Produções Ltda, organizadora do jogo entre Santos e Mixto.
Mixto e Mário Zeferino têm contas bloqueadas para pagar dívidas de R$ 1milhão
“Uma decisão desproporcional, descabida, totalmente fora da realidade dos clubes de futebol mato-grossenses e que demonstra insensibilidade por parte da magistrada. Esses montantes são surreais. Bloquear 100% é de uma ignorância ou de uma grande uma grande inocência. Até porque não existem esses recursos para bloquear, os montantes foram gastos com folha de pagamento e despesas operacionais como os comprovantes que foram encaminhados ao TRT”, lamentou.
Ele ainda afirmou a reportagem do
Olhar Direto que aguarda notificações e que irá recorrer à instância superior. Atualmente, o Mixto conta com um total de 30 atletas e cerca de 20 funcionários que atuam na área administrativa. Além da tentativa de reversão da decisão, por considerar arbitrária a medida, Moraes também avalia representações contra a magistrada.
“Se couber iremos procurar o CNJ e também, se assim couber, junto à Corregedoria do órgão. Nós vamos recorrer em segunda instância, pois se trata de uma decisão totalmente inexequível. Nós já amortizamos do resultado líquido quase R$ 50 mil e terceirizamos a gestão”.
Ratifica que trabalha para garantir a regularização de todas as pendências, "mas não posso resolver 80 anos em apenas um ano e seis meses. Esse tipo de pressão é aviltante e, acima de tudo está desestimulando a prática desportiva em Mato Grosso, que nesse momento vive um relativo bom momento. Não adianta um tiro de escopeta na cabeça de uma galinha dos ovos de ouro. O que eu preciso fazer é levar um ovo de cada vez. Eu não posso vestir um santo e descobrir outro. Nenhum clube mato-grossense consegue seguir a um planejamento orçamentário exato pois dependemos da renda dos jogos, de doações. Salvo à exceções de um ou dois clubes que estão mais estruturados, com menos de dez anos de existência”.
No mês passado, conforme divulgado pelo
Olhar Jurídico, o juiz Paulo Roberto Brescovici, determinou que toda a renda líquida do jogo entre Mixto e Santos, cerca de R$ 663 mil, fosse depositado em uma conta judicial para sanar dívidas trabalhistas do clube. Na decisão do dia 9, a juíza Laiz considerou o descumprimento a ordem judicial. Em trecho da decisão ela cita que “conforme mandado de a empresa MS Promoções, Eventos e Produções Ltda. estava ciente de que "não repassasse ao contratante Mixto Esporte Clube qualquer valor devido, mas sim depositasse em conta judicial”. Cita ainda que foram repassados R$ 409,283,91 ao executado indevidamente, em total afronta ao mandado judicial”.