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Juiz constata condições na PCE e STJ mantém prisão de Willian Gordão, apontado como dono do Dallas Bar

Da Redação - Pedro Coutinho

A ministra Daniela Teixeira, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou habeas corpus solicitado pela defesa de William Aparecido da Costa Pereira, conhecido como "William Gordão", apontado como um dos principais envolvidos na Operação Ragnatela, que desmantelou um suposto esquema de lavagem de dinheiro promovido pelo Comando Vermelho, por meio da realização de shows em casas noturnas em Cuiabá.

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A defesa de William Gordão acionou o STJ alegando constrangimento ilegal, devido à recusa da Corte Estadual sobre pedido anterior para que a prisão preventiva fosse substituída por prisão domiciliar.

O argumento principal é que as condições de saúde do acusado, que recentemente foi submetido a um transplante de córnea. Segundo a defesa, as condições de higiene na penitenciária Central do Estado, onde ele está detido, seriam inadequadas para o acompanhamento pós-operatório, colocando a recuperação de William em risco.

O desembargador relator do caso inicialmente concedeu a medida liminar, mas, após receber informações atualizadas do juiz de primeira instância e da direção da Penitenciária Central do Estado (PCE), reviu sua posição.

A penitenciária informou que a cela onde William está alocado, no Raio 8, detém as condições adequadas para sua recuperação, incluindo sanitário e pia individuais, ventilação adequada e acompanhamento médico regular.
A ministra Daniela Teixeira, ao analisar o pedido, ressaltou que não houve ilegalidade flagrante na decisão anterior que justificasse a concessão do habeas corpus, tampouco constrangimento ilegal suficiente para justificar a substituição da prisão preventiva por domiciliar.

Com base nas informações fornecidas pelas autoridades responsáveis, a ministra negou liminarmente o pedido, resguardando a competência do Tribunal Estadual para análise do caso e evitando a supressão de instância.

A Operação Ragnatela

A Operação Ragnatela foi desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público de Mato Grosso (MPE). A investigação revelou a participação de empresários, agentes públicos e integrantes do Comando Vermelho em um esquema de lavagem de dinheiro disfarçado na realização de shows com artistas de renome nacional em casas noturnas da capital mato-grossense. Entre os 14 denunciados, William Gordão é acusado de atuar como "testa de ferro" de Joadir Alves Gonçalves, que supostamente exercia uma função de chefia na organização criminosa.

O esquema, conforme apurado, envolvia o controle de diversos empreendimentos por parte de William Gordão, que facilitava o fluxo de dinheiro proveniente de atividades ilícitas. Os promotores de eventos da cidade também estão entre os envolvidos, destacando a profundidade da infiltração do crime organizado em atividades econômicas locais.
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