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Juíza recebe denúncia e torna réu advogado que tentou matar a própria namorada em Cuiabá

Da Redação - Pedro Coutinho

A juíza Ana Graziela de Vaz Campos recebeu a denúncia movida pelo Ministério Público do Estado (MPE) e tornou réu Nauder Júnior Alves Andrade, acusado de feminicídio tentado por motivo fútil e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Nauder foi preso no último dia 18 por suspeita de tentar matar sua namorada, a engenheira E.T.M., de 29 anos, usando uma barra de ferro para espanca-la. Segundo inquérito policial e o depoimento da vítima, Nauder, sob efeito de cocaína, passou a agredi-la após sua recusa em manter relações sexuais. Denúncia endereçada à 1ª vara de Violência Doméstica de Cuiabá foi assinada pelo promotor de Justiça Jaime Romaquelli.

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“Recebo a denúncia ofertada, na forma posta em Juízo, eis que presentes os indícios de autoria e materialidade e, com fundamento no art. 396 do Código de Processo Penal, determino a CITAÇÃO do acusado NAUDER JÚNIOR ALVES ANDRADE, nos moldes do Provimento 19/2020, para, no prazo de 10 (dez) dias, responder à acusação”, decidiu a magistrada na quarta-feira (30).

O promotor Romaquelli anotou que o feminicídio tentado foi cometido sem que houvesse motivações relevantes para tal, tendo sido iniciado por discussão banal provocada pelo próprio advogado. “Agindo, portanto, impelido por motivo fútil”, diz trecho da peça.

Além disso, sustentou que Nauder agrediu a companheira de forma inesperada, enquanto ela estava dormindo, o que dificultou que ela pudesse esboçar qualquer tipo de defesa eficiente naquele momento.

Por fim, manifestou o promotor que Nauder o fez num contexto de violência doméstica por ele mesmo alimentado, aproveitando de sua superioridade física, “em flagrante menosprezo à condição de mulher da vítima (eram namorados), e, portanto, por razões da condição do sexo feminino da vítima”.

Diante disso, o Ministério Público do Estado, por intermédio de Romaquelli, denunciou Nauder Júnior Alves de Andrade por feminicídio da modalidade tentada com qualificadoras de motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele também responde por cárcere privado e ameaça.

Nauder foi mantido preso por decisão da Justiça após passar por audiência de custódia no dia 19, um dia depois que foi detido. A juíza Glenda Moreira Borges converteu em preventiva o flagrante do advogado.

 
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