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Sexta-feira, 07 de novembro de 2025

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FORMAÇÃO DA LISTA TRÍPLICE

Disputa por vaga de desembargador tem visitas a gabinetes e movimento por presença feminina na Corte

Foto: Reprodução

Disputa por vaga de desembargador tem visitas a gabinetes e movimento por presença feminina na Corte
Os advogados e advogadas habilitados pela OAB-MT para uma vaga de desembargador no Tribunal de Justiça (TJMT) já estão se articulando com os magistrados da Corte em preparação para a elaboração da lista tríplice, marcada para esta segunda-feira (3), que será encaminhada ao governador Mauro Mendes, responsável pela escolha final.


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Nesta semana, o Olhar Jurídico conversou com todos os seis candidatos e com o presidente do TJMT, desembargador José Zuquim Nogueira, para apurar os trâmites e articulações em busca dos votos dos magistrados do Pleno. Com exceção de uma candidata, todos os demais confirmaram que visitaram os gabinetes dos desembargadores na busca de diálogo e apresentação de propostas – sendo todos eles bem recebidos.

No último dia 10, os Conselheiros da OAB-MT elegeram Jamille Alves Adamczyk, com 37 votos, seguida por Juliana Zaffino, que obteve 36 votos, e Michelle Regina Dorileo, com 32 votos. Entre os homens, Ricardo Gomes Almeida foi o mais escolhido, com 32, seguido por Dauto Passare com 29 e Sebastião Monteiro, com 27.

Mais votada na eleição histórica, uma vez que mais mulheres que homens se candidataram, Jamile Clara Alves Adamczyk expressou sua gratidão e se sentiu honrada por ter sido a mais votada entre todos os conselheiros da Ordem, expressando sua expectativa e desejo de figurar entre os três nomes que serão definidos pelo Tribunal, destacando que seguiu durante esses dias com serenidade e confiante na legitimidade da elaboração.

Nos últimos quatro concursos, mesmo com as mulheres recebendo expressivas votações, Mauro Mendes optou por nomear homens ao cargo. Indagada sobre isso, Jamille foi assertiva: lembrou que a nomeação é prerrogativa exclusiva do mandatário estatal, e que deve ser respeitada, mas ponderou que sim, este é o momento de haver mais uma magistrada na Corte, que segundo ela, é o espelho da sociedade e, por isso, deve ser plural.

“A presença feminina não se resume a uma pauta de gênero, é uma pauta de equilíbrio institucional. Quando há diversidade de olhares, o Direito se torna mais completo e mais sensível às nuances da vida real. O Tribunal de Justiça é um espelho da sociedade, e a pluralidade de vozes dentro dele é o que garante decisões mais justas, humanas e conectadas com a realidade das pessoas. Hoje, mais da metade da advocacia mato-grossense é composta por mulheres”, disse Jamille.

Ela ponderou que o espaço não deve ser preenchido apenas pelo fato de ser mulher, mas sobretudo pelas características técnicas, capacidade e lisura profissional, o que ela provou ter de sobra ao ser majoritariamente preferida pelos membros da OAB. Ainda assim, ressaltou que a nomeação de uma advogada traria reconhecimento ao valor técnico, ético e humano que “que tantas profissionais vêm construindo ao longo de suas trajetórias.”

Jamille confirmou ainda que foi bem recebida em todas as visitas e conversas que realizou com os magistrados, destacando que isso resultou em aprendizado e crescimento pessoal, uma vez que tais encontros permitem o diálogo sobre temas que transbordam o Judiciário.

Cotado como favorito diante da proximidade com Mauro Mendes, Ricardo Almeida foi o mais votado entre os homens. À reportagem, também destacou a honra de participar do concurso com nomes de peso da advocacia mato-grossense. Ele afirmou que tem buscado todos os magistrados para articular apoio.

“Tenho procurado e visitado todos os desembargadores em seus gabinetes,  no sentido de demonstrar o nobre propósito que me sinto imbuído nessa jornada, com o respeito e a convicção que o cargo pretendido exige”, disse.

Segunda entre as mulheres, Juliana Zafino já se candidatou em outros concursos e preferiu a discrição. Agradeceu o interesse da reportagem em seu posicionamento, mas apenas ponderou estar acompanhando o processo com serenidade, sem expor comentários sobre expectativas em respeito às etapas ainda em curso. Para ela, o momento é de descrição e respeito aos colegas candidatos.

Dauto Passare foi o vice entre os homens e, assim como os demais, disse que realizou apenas contatos instituicionaiso com os membros da Corte. Honrado por figurar entre os seis, Passare apresentou que sua expectativa é pautada nos critérios técnicos que permeiam a escolha, confiando na maturidade do Tribunal para acolher a decisão soberana do Pleno.

“Caminhando de forma sóbria e institucional. Mantenho o dialogo com colegas e conselheiros da Ordem, o nosso Egrégio Tribunal e a sociedade, prestando contas da minha trajetória, dos valores que defendo e do propósito de servir ao Tribunal e à sociedade com equilíbrio, experiência e respeito às prerrogativas da advocacia, o Poder Judiciário e ao meu Estado de Mato Grosso”.

Michelle Zangarini se sentiu vitoriosa por integrar um pleito de expressiva magnitude e por ter conquistado expressivos votos na elaboração da lista sêxtupla. Ela confirmou que tem feito apresentações diretamente aos magistrados, e que também vem sendo muito bem recebida, embora ainda não tenha conversado com todos eles.

Suas expectativas são as melhores e também entende o impacto positivo que a nomeação de uma advogada causaria, como sendo um “avanço significativo para a advocacia e para a representatividade feminina nas instituições”.

Ela ponderou, contudo, reconhecer a legitimidade e competência de todos os postulantes, compreendendo ainda que a escolha não se trata de gênero, mas que seria um avanço histórico a escolha por uma mulher.
“Este pleito foi histórico, com mais candidatas mulheres do que homens, e participar desse marco institucional já deixa marcas profundas na minha trajetória pessoal e profissional”.

Sebastião Monteiro está confiante que vai figurar entre os três e afirmou que, se escolhido, exercerá a magistratura com “dedicação, probidade e imparcialidade”, que para ele são os pilares essenciais do Judiciário para alcançar a harmonia entre instituições públicas e a pacificação social.

O presidente do TJMT, José Zuquim Nogueira, pontuou a escolha é imprevisível e não esboçou nenhum cenário possível, uma vez que são vários fatores e mais de 30 desembargadores votantes.

O Tribunal Pleno analisa os currículos, verifica o cumprimento dos requisitos constitucionais e legais e formará a lista tríplice, que será enviada ao Poder Executivo. O governador do Estado de Mato Grosso terá então até 20 dias para escolher um dos integrantes para a nomeação como desembargador.

 
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