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Domingo, 09 de novembro de 2025

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OPERAÇÃO SEPULCRO CAIADO

Advogado afirma que foi vítima do esquema que desviou R$ 21 milhões do TJ, mas juiz mantém suspensão de processo

Foto: Reprodução

Advogado afirma que foi vítima do esquema que desviou R$ 21 milhões do TJ, mas juiz mantém suspensão de processo
Alvo da Operação Sepulcro Caiado, deflagrada contra esquema que teria desviado R$ 21 milhões do Tribunal de Justiça (TJMT), o advogado Rodrigo Marinho teve suspenso um processo no qual defendia um cliente que executa dívida de R$ 70 mil. Em ordem proferida no último dia 13, o juiz Jamilson Haddad, da 5ª Vara Cível de Cuiabá, levou em consideração as “gravíssimas” alegações que permeiam a execução, ajuizada em 2021, justamente na época em que a Polícia investiga a suposta fraude na conta única da Corte.


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Em 2021, execução via ação monitória foi ajuizada por Marinho em nome de Jamil Rosa da Silva, referente um cheque de R$ 60 mil, que atualizou para R$ 70 mil. Porém, em 29 de agosto de 2025, Rodrigo renunciou sua atuação e o juiz decidiu suspender o processo.

Na ocasião, Jamilson oficiou a Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso (OAB-MT) para apuração disciplinar da conduta da advogada Maiara Fernanda Carneiro e, se cabível, do próprio Rodrigo Moreira Marinho, que afirmou ter sido vítima e induzido ao erro por terceiros, os quais teriam atuado em seu nome neste caso – em especial Maiara.

Já em setembro, Marinho ajuizou uma denúncia na ação de execução contra Maiara, afirmando que “neste processo existem PRINTS de WHATSAPP da senhora Maiara Fernando Carneiro representando os interesses da parte Jamil há anos, juntando nas conversas, minutas com o papel timbrado do requerente (Rodrigo Moreira Marinho), além de inúmeros comprovantes de depósitos onde é a única beneficiaria, na quantia de 160 mil reais”.

Com base na controvérsia que permeia a atuação de Marinho e a suspeita em nome de Maiara, o juiz decidiu manter a suspensão do processo.

“Em síntese, o Moreira Marinho, advogado cujo nome e certificação digital foram utilizados para a propositura e o impulso da presente demanda desde sua origem, peticionou nos autos para, de forma veemente, renunciar a um mandato que alega jamais ter aceitado, declarando desconhecer as partes e a causa de pedir. Aduz ter sido vítima do uso fraudulento de sua certificação digital por terceiros, noticiando a existência de investigação criminal correlata ("Operação Sepulcro Caiado")”, anotou o juiz na ordem.

A operação foi deflagrada em julho e culminou na prisão e afastamento de Rodrigo Marinho do cargo de Conselheiro da OAB-MT. Após ser detido, ele foi submetido a medidas cautelares e segue respondendo a ação penal.

Deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso em 30 de julho de 2025, a ofensiva busca desarticular um sofisticado esquema de fraudes contra o Poder Judiciário estadual. O prejuízo confirmado ao TJMT já soma R$ 11 milhões, mas pode chegar a pelo menos R$ 21 milhões, considerando que apenas 17 processos foram analisados até agora em um esquema com potencial para atingir centenas de ações fraudulentas.

As investigações apontam a existência de uma associação criminosa estruturada, com divisão de tarefas e utilização sistemática do Judiciário para obtenção de vantagens ilícitas. O grupo operava com elevado grau de sofisticação e aparente confiança na impunidade, o que teria favorecido a repetição e ampliação das fraudes.

Os investigados respondem por diversos crimes em concurso material, entre eles estelionato, falsificação de documento particular, falsidade ideológica, uso de documento falso, peculato, patrocínio infiel e lavagem de dinheiro. O contexto pode configurar associação criminosa ou até mesmo organização criminosa.

Foram alvos, entre advogados e empresários, João Gustavo Ricci Volpato, Wagner Vasconcelos de Moraes, Melissa França Praeiro Vasconcelos de Moraes, Luiza Rios Ricci Volpato, Augusto Frederico Ricci Volpato, Themis Lessa da Silva, Régis Poderoso de Souza, Rodrigo Moreira Marinho, João Miguel da Costa Neto, Denise Alonso e Mauro Ferreira Filho.
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