O empresário Fernando Quaresma de Andrade, de 61 anos, proprietário do Choppão, em Cuiabá, recusou proposta de acordo do Ministério Público e, com isso, será julgado injúria e resistência em um episódio de 2023, quando ele xingou e agrediu terceirizados da mobilidade urbana de Cuiabá, os quais realizavam serviço em frente ao restaurante. Em julho do ano passado, ele se tornou réu pelos crimes por ordem do juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal, que deu prazo para as partes apresentarem as razões finais.
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Fernando foi preso em flagrante no dia 13 de dezembro de 2023, após agredir funcionários da empresa Tecnovias, terceirizada contratada para demarcar as vagas de estacionamento no centro da capital, inclusive em frente ao seu estabelecimento. Ele foi solto ao pagar fiança de R$ 6,6 mil.
Apesar de ter sido liberado, o empresário teve que cumprir medidas cautelares, como comparecer à justiça das vezes que for intimado.
Como noticiado pelo Olhar Direto, a Polícia Militar foi acionada às 1h15 daquela madrugada para atender uma solicitação de briga generalizada na Praça 8 de abril. Quando chegaram, encontraram os envolvidos com os ânimos exaltados.
O supervisor da Tecnovia relatou aos policiais que trabalhavam em frente ao local quando Fernando se apresentou como dono do Choppão e exigiu que eles apresentassem documentos ou ordem de serviço para as demarcações na via.
O rapaz explicou que o serviço estava sendo realizado pela Prefeitura dentro do sistema Cuiabá Rotativo. O supervisor ainda apresentou uma planta da cidade para comprovar a informação.
Fernando, então, descordou da ação e arrancou o papel das mãos do funcionário, amassou e jogou no chão. Não satisfeito, foi em direção aos trabalhadores que pintavam a via e passou a ofendê-los com palavras de baixo calão. Ele ainda segurou sua genitália e, com gestos obscenos, falou para os rapazes "chuparem o p* dele", diz trecho do boletim.
Na sequência, Fernando teria pegado as latas de tintas e arremessado contra os trabalhadores. Um deles precisou se defender para não ser atingido.
O supervisor narrou que o empresário também jogou tinta no caminhão que estava sendo utilizado para o serviço. Após saber que a vítima chamaria a polícia, Fernando disse que poderia chamar, alegando que não seria preso.
Os militares entraram em contato com o dono do Choppão e informaram que ele seria levado para a Central de Flagrantes. O empresário resistiu à prisão e acabou algemado.
Uma das vítimas quis representa-lo na Justiça, e o fez via representação criminal. O promotor de Justiça Luciano André Viruel Martinez, então, denunciou Fernando por injúria e resistência, inclusive oferecendo a ele acordo de não persecução penal, o que foi negado.
Diante da recusa com o respectivo prosseguimento do processo, o juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, então, decidiu acatar a acusação e, com isso, Fernando se tornou réu e será julgado criminalmente por injúria e resistência. Na ordem publicada nesta segunda (27), o juiz deu prazo para que as partes apresentem as razões finais antes da sentença.