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Sábado, 19 de julho de 2025

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MÃE FOI APREENDIDA

Periculosidade e gravidade: juiz decreta prisão preventiva de padrasto que espancou bebê de 1 ano em Cuiabá

Foto: Serginho Lapada

Periculosidade e gravidade: juiz decreta prisão preventiva de padrasto que espancou bebê de 1 ano em Cuiabá
O juiz Marcos Terencio Agostinho Pires decretou a prisão preventiva de David Fernando Leite de Arruda, detido por agredir o próprio enteado de dois anos em Cuiabá. A decisão foi tomada durante audiência realizada nesta quinta-feira (27), no Núcleo de Custódias da capital, com base na gravidade dos fatos. David e a mãe do menino, uma adolescente de 17 anos, estavam sob efeito de drogas. A criança foi levada com ferimentos graves à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Morada do Ouro, capital.


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Segundo relatos, a polícia foi acionada via Ciosp nesta quinta (26) após a denúncia de que uma criança agredida havia dado entrada na unidade de saúde. No local, os agentes foram informados que os suspeitos relataram que a criança havia caído da cama, enquanto o menor apresentava diversas lesões incompatíveis com as descritas pela mãe e padrasto.

Diante das incoerências no depoimento dos responsáveis, a equipe policial realizou a condução do casal até a Polícia Civil, para registro da ocorrência. Lá, eles passaram por oitivas e foram liberados.

Algumas horas depois, o casal compareceu novamente na mesma unidade saúde com a criança, que apresentava lesões ainda mais graves, na região da cabeça e face.

Questionados novamente, tanto a mãe quanto o padrasto confessaram que agrediram a criança por estarem sob efeito de entorpecentes. Diante da gravidade do caso, a equipe policial deu voz de prisão ao casal. O Conselho Tutelar foi acionado e acompanhou os procedimentos. A adolescente e o jovem foram conduzidos à Central de Flagrantes.

A bebê foi transferida ao Pronto-Socorro de Cuiabá, onde permanece internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado grave.

Na decisão após a audiência de custódia, o magistrado destacou que o próprio custodiado confessou ter agredido a criança por cerca de 30 minutos, com tapas e empurrões, inclusive na cabeça, após se irritar com uma discussão familiar. Em seu depoimento, David afirmou que agiu por raiva e continuou as agressões mesmo após alerta da companheira, que chegou a dizer: “você vai acabar matando esse menino”. A criança ficou com múltiplos hematomas e sinais de traumatismo craniano.

Segundo o juiz, a materialidade do crime está confirmada por laudo médico que descreve lesões graves no corpo e na cabeça da vítima, além de sinais de desidratação e sofrimento físico. As circunstâncias descritas apontam para violência reiterada, cometida em ambiente doméstico, por agente que detinha autoridade sobre a vítima, o que agrava a situação e indica risco à ordem pública.

A conversão da prisão foi requerida pelo Ministério Público, que reforçou a periculosidade do investigado. A defesa, por sua vez, não se opôs à homologação do flagrante, mas solicitou a liberdade provisória com medidas cautelares, o que foi negado pelo juiz, que considerou tais alternativas insuficientes diante da brutalidade dos fatos.

Com a decisão, foi expedido mandado de prisão preventiva em desfavor de David Leite de Arruda. O juiz ainda determinou que o estabelecimento prisional adote providências para garantir a integridade física e psíquica do custodiado. O inquérito policial seguirá para a conclusão das investigações.

Ainda conforme as informações, a presença do casal na UPA causou revolta entre as pessoas que estavam na unidade. Populares tentaram agredi-los e foi necessário reforço da PM para conter a confusão.
 
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