O desembargador Arnoldo Camanho, Juiz Auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) e coordenador da inspeção nacional nos tribunais estaduais, disse que o afastamento de dois juízes em Mato Grosso não tem "absolutamente nenhuma correlação" com a inspeção que ele lidera no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMTT).
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Em coletiva de imprensa após a inspeção nesta sexta-feira (27), Camanho foi questionado sobre os afastamentos e afirmou que a decisão de afastar os magistrados é uma "atividade própria do Tribunal de Justiça, pelo seu conselho especial".
Segundo ele, “a matéria afeta à competência do TJMT e não diz respeito, pelo menos por hora, à Corregedoria Nacional de Justiça”. O desembargador classificou o ocorrido como uma "absolutamente coincidência".
O desembargador condenou ainda as práticas ilícitas e afirmou que, se descobertas, as providências necessárias devem ser tomadas.
“A nenhum juiz agrada o fato de você saber que na justiça, de um modo geral, daqui, dali, de qualquer lugar, haja juízes que sejam afetos a práticas não-republicanas. Então, assim como o ministro Mauro Campbell, que é o corregedor nacional de justiça, que eu represento aqui, é claro que não me agrada nem um pouquinho saber que há colegas que se dediquem a esse tipo de prática. Se houver aqui ou em qualquer lugar, isso vai ser apurado, descoberto e tenho certeza as providências necessárias”.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) iniciou, nesta quinta-feira (26), o julgamento de processos administrativos e disciplinares que podem culminar em punições contra 5 juízes de Mato Grosso. O juiz Renato José de Almeida Costa Filho, de Chapada dos Guimarães, e Tatiana dos Santos Batista - Vila Bela da Santíssima Trindade - foram afastados.
Conforme apurado, os processos já estavam tramitando na corregedoria da Corte, sob responsabilidade do desembargador José Luis Lindote, corregedor-Geral de Justiça.
Ainda segundo informações preliminares, os casos não guardam relação com os afastamentos por venda de sentenças, de Sebastião Moraes e João Ferreira Filho, nem com a inspeção realizada pelo Conselho Nacional de Justiça no TJ.