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Sábado, 19 de julho de 2025

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Com extensa ficha, advogado acusado de ligação com facção é condenado por dirigir bêbado

Com extensa ficha, advogado acusado de ligação com facção é condenado por dirigir bêbado
A juíza Alethea Assunção Santos condenou o advogado Pauly Ramiro Ferrari Dorado a seis meses de reclusão por embriaguez ao volante. Em sentença proferida nesta terça-feira (24), a magistrada da 7ª Vara Criminal de Cuiabá fixou o regime aberto para o cumprimento da pena. Velho conhecido das autoridades policiais e do Judiciário, Dorado já foi preso por levar cigarros à Penitenciária Central do Estado (PCE), capital, por ameaçar promotor e é acusado de ser peça-chave de organização criminosa especializada em tráfico de drogas e armas.


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Em 2022, Pauly foi denunciado por dirigir embriagado e desacato a autoridades. Ele parou numa blitz da Lei Seca e foi constatado que ele havia ingerido bebida alcoólica, e que teria xingado os policiais que realizaram a abordagem.

Com base nas provas anexadas no processo, dentre as quais o teste do bafômetro, que registrou 0,38 mg/L no sangue de Pauly, a juíza o condenou por embriaguez ao volante considerando que a cerveja que havia tomado alterou sua capacidade de consciência.

Como o Ministério Público não comprovou o desacato, ele foi absolvido por esse crime. Na ordem, a juíza impôs pena de 06 meses de detenção em regime aberto e 10 dias-multa, além da suspensão da habilitação por 02 meses, apesar de sua reincidência, devido à baixa reprovabilidade do crime.

Velho conhecido das autoridades, Pauly Dorado foi novamente alvo da polícia em abril, durante a Operação Patrono do Crime, que lhe acusa de ser peça-chave em facção criminosa, atuando além da defesa jurídica dos integrantes, inclusive facilitando ações delituosas da organização.

A investigação, conduzida pela Delegacia de Apiacás, revelou que Pauly usava a própria função para repassar ordens entre membros da facção, consultar nomes de possíveis rivais, recuperar veículos roubados, negociar drogas e até vender armas de fogo.

Essa não é a primeira vez que o advogado se envolve em escândalos. Em fevereiro deste ano, foi preso em flagrante tentando entrar na Penitenciária Central do Estado (PCE) com 1,2 quilos de cigarros escondidos no forro do paletó. O material foi detectado durante a passagem pelo scanner corporal.

Já em junho de 2023, Pauly também protagonizou outro episódio polêmico ao ser levado à delegacia de Lucas do Rio Verde (243 km de Cuiabá) por ameaçar um promotor de justiça durante uma sessão do Tribunal do Júri.

Segundo a Polícia Civil, o advogado também arquitetou um plano para que uma presidiária engravidasse e assim conseguisse prisão domiciliar, o que acabou negado pela Justiça. A mulher acabou tendo o bebê ainda no sistema penitenciário.

A Operação Patrono do Crime cumpriu cinco mandados de prisão e quatro de busca e apreensão. Além do advogado, os alvos são quatro detentos – dois homens e duas mulheres – que cumprem pena na Penitenciária Central do Estado (PCE) e no Presídio Ana Maria do Couto.

A ação conta com apoio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Draco, Core, Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) e das delegacias de Apiacás, Paranaíta e Núcleo de Inteligência de Alta Floresta. 

Por meio de nota, a Ordem dos Advogados do Brasil - seccional Mato Grosso (OAB-MT) afirmou que, por meio do Tribunal de Defesa das Prerrogativas (TDP), acompanhou a operação para garantia das prerrogativas. Quanto a eventual falta ética, o caso será avaliado pelo Tribunal de Ética e Disciplina (TED) para medidas cabíveis.
 
 
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