Sétima Vara Criminal de Cuiabá aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPE) contra Carlos Vinicius Amaral Leite, acusado de integrar e promover uma organização criminosa especializada em estelionato, com vítimas em diversos estados, inclusive contra idosos.

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Segundo a denúncia do Ministério Público, Carlos faz parte de uma complexa estrutura criminosa originária de São Paulo, que possui uma clara divisão de tarefas entre seus membros. 

O denunciado atuava em Cuiabá desde outubro de 2024, desempenhando o papel de "entregador", comparecendo às residências das vítimas supostamente para entregar cestas de presente ou buquês de flores.
 
No ato da entrega, utilizava-se de meios fraudulentos, como máquinas de cartão com supostas instabilidades ou erros, para debitar altos valores não autorizados dos cartões das vítimas.
 
Dos valores obtidos ilicitamente, Carlos Vinicius ficava com 30%, e o restante era dividido entre os demais membros do grupo. Outros integrantes da organização eram responsáveis pela escolha dos locais e vítimas, contato inicial com as vítimas, recebimento dos valores e logística dos golpes.
 
A investigação aponta que cerca de 41 vítimas foram identificadas até o momento, totalizando um prejuízo aproximado de R$ 160 mil. Em um dos casos, além do estelionato, o denunciado também é acusado de furtar o celular de uma das vítimas idosas.
 
O réu enfrenta acusações por estelionato comum (cinco vezes), estelionato contra idoso (seis vezes), tentativa de estelionato contra idoso, furto, e participação em organização criminosa, todos em concurso material.
 
A Justiça avaliou que a denúncia atende aos requisitos legais do Código de Processo Penal, com a exposição do fato criminoso, suas circunstâncias, qualificação do acusado, classificação do crime e elementos suficientes de autoria e materialidade.
 
Quanto à prisão preventiva de Carlos Vinicius Amaral Leite, o pedido ministerial foi considerado prejudicado, uma vez que a prisão já havia sido decretada anteriormente em audiência de custódia. O pedido da defesa para revogação da prisão preventiva foi indeferido, com a Justiça mantendo a medida cautelar.
 
A Justiça também deferiu o pedido de quebra de sigilo de dados dos aparelhos telefônicos e máquinas de cartão apreendidos com o acusado. A decisão fundamentou a medida na necessidade de angariar informações para a investigação, que busca desvendar a prática dos crimes de integração à organização criminosa, estelionatos e furtos.
 
Por fim, a 7ª Vara Criminal de Cuiabá determinou a comunicação da atual localização do réu às 3ª e 4ª Varas Criminais de Barra Funda/SP, onde Carlos Vinicius Amaral Leite responde a outros procedimentos criminais nos quais foi citado por edital e os autos estão suspensos.