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Sábado, 12 de julho de 2025

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CHACINA EM SORRISO

Condenado a 39 anos por estupro e assassinato, feminicida que matou mãe e três filhas tem júri marcado

Foto: Reprodução

Condenado a 39 anos por estupro e assassinato, feminicida que matou mãe e três filhas tem júri marcado
Gilberto Rodrigues dos Anjos, o autor da chacina que vitimou uma mãe e suas três filhas em Sorriso, teve a data do seu julgamento pela barbárie marcada. A designação foi informada nesta quarta-feira (11) pelo advogado da família das vítimas, Conrado Pavelski Neto. Gilberto foi condenado no último dia 16 de maio a uma pena de 17 anos de reclusão pelo homicídio triplamente qualificado do jornalista Osni Mendes Araújo, em 2013, em Mineiros. Em março, ele recebeu pena de 22 anos por estupro cometido em Lucas do Rio Verde.


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Feminicida confesso, Gilberto sentará no banco dos réus no dia 7 de agosto, às 8h30, pelo assassinato de Cleci Cardoso, de 46 anos, e suas filhas, Miliane, de 19, e duas menores, de 10 e 12 anos, em Sorriso (420 Km de Cuiabá). Ele está detido na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá. 

O Ministério Público informou no ano passado que vai pedir a pena máxima para o feminicida, que cometeu a chacina covarde em novembro de 2023, entre os dias 24 e 25, quando invadiu a residência de Cleci pela janela do banheiro, com a intenção de roubar a família.

A polícia foi acionada por vizinhos das vítimas, após as quatro não serem vistas ao longo do final de semana. Ele esfaqueou três vítimas e abusou sexualmente da mãe e duas filhas. A menina de 10 anos foi asfixiada.

Os corpos foram encontrados já sem vida e com ferimentos profundos, como cortes no pescoço. Depois de cometer o crime, Gilberto retornou para o terreno ao lado, onde passava a noite e trabalhava. Roupas sujas de sangue foram recolhidas dentro de um contêiner durante as investigações. Em uma sacola, o suspeito tinha guardado uma peça de roupa íntima de uma das vítimas. Ele confessou os feminicídios.
33 anos em regime fechado
Se somadas as penas que Gilberto fora condenado, ele já tem 39 anos em regime fechado, sendo 17 anos pelo assassinato do jornalista, em Goiás, e 22 pelo estupro cometido 2 meses antes da chacina.

Segundo a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO), na noite do crime, ocorrido em dezembro de 2013, Gilberto e Osni saíram juntos no carro da vítima e pararam no local onde ocorreria o assassinato. Neste momento, Osni teria manifestado interesse em se relacionar com Gilberto, que se revoltou com a proposta e agrediu a vítima com um soco no rosto. 

A agressão provocou o desmaio de Osni, que, na sequência, foi enforcado com sua própria camiseta por Gilberto. As investigações também apontaram que, após o crime, o réu roubou o carro da vítima e fugiu do local, indo se esconder na chácara de um amigo. No entanto, ele continuou a utilizar o veículo para ir até a cidade buscar cervejas em um bar, onde acabou sendo encontrado pela Polícia Militar, cinco dias depois do ocorrido.

O episódio, que teve grande repercussão em Mineiros à época dos fatos devido à brutalidade do ocorrido, levou o MP a denunciar Gilberto pelo crime de homicídio triplamente qualificado.

Levado a júri popular, o réu foi condenado pelo promotor Leonardo de Oliveira Marchezini, titular da 3ª Promotoria de Justiça. Ao realizar a dosimetria da pena, o juiz Matheus Nobre Giuliasse aplicou a incidência das três qualificadoras, conforme pedido pelo MP e reconhecido pelo corpo de jurados.

Assim, somadas as circunstâncias agravantes e atenuantes alegadas nos debates, a pena prevista no crime de furto e o concurso material presente no crime, foi fixada a pena definitiva de 17 anos, 3 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado.
 
Como o réu passou seis meses preso entre 2013 e 1014 e também de novembro de 2023 até o momento, esses períodos serão abatidos do prazo da pena. Gilberto também não poderá recorrer da sentença em liberdade, sendo determinado o cumprimento imediato da pena, conforme tema definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em março deste ano, o Tribunal do Júri da comarca de Lucas do Rio Verde condenou Gilberto Rodrigues dos Anjos pelos crimes de estupro, tentativa de feminicídio e lesão corporal qualificada pela violência de gênero. 

De acordo com a sentença, no dia 17 de setembro de 2023, por volta das 2h da madrugada, o denunciado invadiu a residência da vítima D.C.C. e, mediante violência e grave ameaça, a obrigou a manter relação sexual não consentida. Ainda de acordo com a denúncia, para assegurar a impunidade do estupro, Gilberto tentou matar D.C.C., porém o ato não foi consumado porque a vítima entrou em luta corporal com ele.  
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