A juíza Raíssa da Silva Santos Amaral manteve a prisão temporária de Luiz Gustavo Almeida, influenciador digital de 26 anos que foi um dos alvos da Operação Tiger Hunt, deflagrada nesta segunda-feira (09) pela Polícia Civil de Cáceres, contra os crimes de lavagem de dinheiro, extorsão e estelionato. Nas redes sociais, ele se apresenta como gamer profissional, investidor esportivo e jogador de slots, acumulando quase 6 mil seguidores, para os quais divulgava o famigerado “Jogo do Tigrinho”.
Leia mais:
Processo por fraudes milionária na Seduc é remetido ao TJMT por envolvimento de ex-secretário
Após ser submetido a audiência de custódia nesta segunda-feira (9), a juíza da 4ª Vara Criminal de Cárceres negou pedido de revogação da prisão e o manteve detido temporariamente. Ele ficará custodiado na cadeia pública da cidade.
Na ordem a juíza considerou que a primariedade, bons antecedentes, residência fixa e trabalho lícito do paciente não afastam a decretação da prisão temporária quando a medida estiver fundamentada em elementos concretos de imprescindibilidade e periculosidade do agente para a ordem pública e para o desenvolvimento das investigações, como foi verficado no caso.
A operação cumpriu 21 ordens judicias contra uma organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro, extorsão, estelionato e falsidade ideológica por meio da exploração de jogos de azar, especialmente o ‘jogo do tigrinho’.
Luiz Gustavo é um dos presos. Em seu perfil do Instagram, a última publicação foi uma divulgação do ‘jogo do tigrinho’. Também há diversas fotos de veículos de luxo, viagens e passeios com um jet-ski. A equipe da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) apreendeu a moto aquática, uma caminhonete Hilux, celular e computador na residência do influenciador.
Além dele, outras três pessoas foram presas e cinco mandados de busca e apreensão são cumpridos, além do sequestro de bens e imóveis, quebra de sigilo telefônico e bancário e suspensão das atividades econômicas.
A organização criminosa investigada criou engenhoso esquema de fraude, que promovia lançamentos diários de novas plataformas de jogos online ilegais, em especial o Jogo do Tigrinho (Fortune Tiger), incentivando seus seguidores a apostar pelos vídeos onde eles apareciam ganhando altos valores, em poucos segundos, e com apostas de valor baixo.
Os investigados se valiam de uma versão de demonstração, que tinha senhas programadas para apresentar resultados vitoriosos no jogo de cassino online, o que não era verdade. Os ganhos fictícios serviam para captar um maior número de apostadores.
As investigações apontaram ainda que a organização comprava CPF de pessoas vulneráveis pelo valor de R$50 a R$100, forçando-as a realizar um cadastro em contas bancárias digitais, para utilizar em sites de apostas, bem como para lavar o dinheiro das empresas de que são sócios-proprietários.