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Terça-feira, 13 de maio de 2025

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GUERRA PELA FMF

Dresch rebate Dorileo, destaca avanços no futebol de MT e defesa afirma que oposição tumultua e desestabiliza as eleições

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Rodrigo Cyrineu

Rodrigo Cyrineu

O presidente da Federação Mato-Grossense de Futebol (FMF), Aron Dresch, que busca a reeleição, falou convocou a união de esforços e destacou os avanços conquistados pelo futebol do estado sob sua liderança. A fala foi feita no bojo da contenda jurídica que ele trava com seu opositor na disputa pela presidência da entidade, o cartola do Mixto João Dorileo Leal, que encabeça a chapa “Federação para Todos”. Advogado de Dresch, Rodrigo Cyrineu reiterou que ele se mantém comprometido com a legalidade, com o respeito às instituições e com a transparência à frente da FMF.


Leia mais: Justiça determina intimação pessoal de Aron Dresch após destituir comissão e mantém suspensão das eleições da FMF

“Vamos seguir firmes no propósito. Nada apagará os holofotes que trouxemos para o futebol mato-grossense”, declarou Dresch. A fala veio em meio a disputas judiciais e tentativas de desestabilizar o processo eleitoral da FMF — o que só reforça o incômodo gerado por uma gestão que deu certo. Durante o fala, o presidente listou transformações significativas nos últimos anos.

Mato Grosso, que antes ocupava posições periféricas no futebol brasileiro, passou a ser protagonista: recebeu jogos da Copa América, Sul-Americana, Supercopa do Brasil, Eliminatórias da Copa do Mundo e, mais recentemente, foi confirmada como sede da Copa do Mundo Feminina de 2027.

Dresch lembrou que sua gestão valorizou os clubes locais com aumento nas premiações do Campeonato Estadual, transmissões ao vivo, apoio logístico, adiantamento de cotas e investimentos em capacitação de árbitros, técnicos e dirigentes. Também foi decisiva a presença da FMF na articulação de vagas em torneios nacionais como a Série D, Copa Verde, Copa do Brasil, além das categorias de base e futebol feminino.

“Hoje a FMF é forte, respeitada e atuante. Trabalhamos com seriedade, modernizamos estruturas, criamos novas competições e demos suporte técnico e jurídico para os clubes se manterem competitivos”, afirmou.

Em nota, o advogado da chapa Rodrigo Cyrineu diz que foram seguidos rigorosamente os  trâmites previstos na Justiça Arbitral, que é a justiça competente para discutir as questões futebolísticas – e que a questão não passa de uma manobra da oposição para tumultuar um processo legítimo.

A mensagem de Dresch, além de acalmar seus apoiadores, envia um recado claro: a Federação é hoje uma instituição sólida — e, justamente por isso, passou a atrair olhares de oportunismo político. “Foram muitos desafios enfrentados até aqui para desistirmos tão cedo”, completou o dirigente.

Sem data marcada para eleição, o discurso de Aron reforça não apenas sua disposição de continuar à frente da entidade, mas também o embate simbólico entre uma gestão de continuidade e o risco de retrocesso.

Para o advogado Cyrineu, a chapa liderada por Aron apenas pleiteou sua habilitação como parte interessada, apresentando argumentos jurídicos que considera legítimos no contexto do pleito. Em nenhum momento foi reconhecida, por parte da Justiça, a prática de crime ou condenação de ordem pessoal a Dresch. A decisão se restringe à análise da condução do processo eleitoral, tumultuada pela chapa opositora.

“É inegável que a sequência de manobras judiciais quais causaram mudanças abruptas ao pleito, protagonizadas por grupos de oposição vem gerando instabilidade entre os clubes filiados, impactando o calendário do futebol estadual e comprometendo a rotina institucional da FMF. Em vez de contribuir com o processo democrático de forma construtiva, essas ações têm provocado um ambiente de insegurança, que prejudica o avanço do esporte em Mato Grosso. Reiteramos que Aron Dresch se mantém comprometido com a legalidade, com o respeito às instituições e com a transparência que tem pautado sua trajetória à frente da FMF. Eventuais controvérsias serão esclarecidas nos autos”, completou Cyrineu em nota pública.

Liminar contestada

Em ordem proferida nesta terça-feira (6), a juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 4ª Vara Cível de Cuiabá, validou integralmente a liminar que havia suspendido o processo eleitoral da FMF, marcada para o último sábado (3), determinou a intimação pessoal de Aron Dresch e o proibiu de realizar qualquer ato relacionado ao pleito enquanto perdurar a medida judicial, sob pena de sofrer sanções como multa e ação penal.

A juíza acatou tutela provisória de urgência, com caráter antecedente, movida pela Associação Camponovense Celeiro de Futebol, que apoia a chapa de Dorileo Leal. A entidade questiona a legalidade do processo eleitoral da FMF, apontando vícios formais e materiais, como a exclusão indevida da autora do colégio eleitoral, inelegibilidade do atual presidente e ausência de previsão estatutária na designação da comissão eleitoral vinculada ao CBMA.

Em sede de plantão judicial, já havia sido deferida liminar suspendendo a eleição. Contudo, Dresch tentou prosseguir com o processo e convocou, ainda no sábado, Assembleia que definiu novo pleito para o próximo dia 10 – o que foi contestado por Leal.

A data e a assembleia foram designadas após a destituição da comissão eleitoral regularmente constituída. A manobra, classificada como autoritária, foi o que levou a juíza Ana Silva Mendes a ratificar a liminar anterior e proferir a nova ordem.

Diante dos novos documentos apresentados — entre eles, nota oficial da FMF e comunicações da própria Comissão Eleitoral — a magistrada concluiu haver “violação direta e consciente da ordem judicial”, reforçando que a decisão de suspensão deve ser respeitada por todos os filiados da entidade.

Em um dos principais trechos da decisão, a juíza determinou expressamente: “a intimação pessoal do Sr. Aron Dresch, presidente da FMF, para que se abstenha de praticar qualquer ato relacionado ao processo eleitoral da entidade enquanto vigente esta decisão, sob pena de incorrer em crime de desobediência, multa judicial e demais medidas cabíveis, inclusive de natureza penal e administrativa.”

Além disso, foi fixada multa coercitiva de R$ 10 mil por dia de descumprimento, limitada inicialmente a R$ 200 mil. A magistrada também rejeitou o pedido de habilitação da Chapa “Progresso no Futebol”, encabeçada por Dresch, como litisconsorte passivo necessário, bem como afastou, por ora, a preliminar de ilegitimidade ativa da Associação Camponovense, reconhecendo sua legitimidade para ajuizar a ação.
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