O juiz Monani Menine Pereira, da Vara do Tribunal do Júri de Florianópolis, negou novo pedido de liberdade feito em favor de Arthur Filipovitch Ferreira, “empresário” réu por homicídio e tentativa de assassinato. Na mesma ordem, proferida nesta terça-feira (29), o juiz deu prazo para que as partes apresentem as razões finais, fase que antecede a prolação da sentença de pronúncia.
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“Empresário” cuiabano, Arthur está preso desde 6 de janeiro de 2025, após confessar o assassinato de Ricardo Beppler e a tentativa de homicídio contra seu cunhado, Rodrigo Muller. O crime ocorreu em uma residência no bairro de Coqueiros, em Florianópolis, e teria sido motivado por dívida financeira. Apesar da confissão, Filipovitch afirma que agiu em legítima defesa.
Em novo pedido de revogação da prisão, Arthur insistiu na tese de legítima defesa, e que não agiu com propósito homicida. Os argumentos, contudo, foram novamente rechaçados.
Pereira anotou que as alegações de Filipovitch somente serão definitivamente examinadas na ocasião da sentença e, no atual momento processual, os indícios de autoria e prova de materialidade são suficientes para a manutenção do cárcere.
O magistrado ainda pontuou que a decisão final sobre a ocorrência dos fatos, a classificação jurídica e a possível absolvição ou impronúncia ocorrerá apenas na sentença. Ainda salientou a gravidade dos crimes cometidos por Filipovitch (uma tentativa de homicídio cruenta e um homicídio consumado praticados no mesmo contexto fático) e a necessidade de manter a ordem pública, a instrução do processo e aplicação da lei. Com isso, ele foi mantido preso.
Também foi considerado o risco de Arthur ameaçar ou coagir testemunhas, incluindo sua irmã, Kaya Filipovitch Ferreira, esposa de Rodrigo, e outras pessoas próximas das vítimas, bem como fugir. Seu histórico criminal, que responde a processos por estelionato, furto, ameaça, desacato e resistência em Mato Grosso e São Paulo, também foi levado em conta.
Segundo depoimentos colhidos durante a investigação, o crime teria sido motivado por uma dívida financeira. Rodrigo relatou à polícia que Arthur estava morando de favor em sua casa e que havia ameaçado a família, alegando envolvimento com facção criminosa. No dia do crime, Rodrigo teria chamado Ricardo, seu padrasto, para ajudar a retirar Arthur da residência.
Arthur, por sua vez, afirmou que foi surpreendido pelos dois homens, que estariam armados, e que agiu em legítima defesa. Ele também alegou que Rodrigo e Ricardo tentaram roubar suas criptomoedas. No entanto, tais alegações serão analisadas apenas durante a sentença.
Com a ordem, Arthur permanece detido na Penitenciária de Florianópolis, aguardando o desfecho do processo, e agora aguarda as alegações do Ministério Público para, posteriormente, apresentar suas razões finais. O réu possui passagens criminais pelo crime de estelionato. Nas redes sociais ele se declara empresário na área de finanças, vulgo “trader”.
Em julho de 2023, Arthur foi preso pela Polícia Federal, em Cuiabá, quando ele tentava tirar um passaporte. Na ocasião, foi constatado um mandado de prisão em aberto no estado de São Paulo. Contudo, a prisão do empresário foi revogada pela Justiça.
A Polícia também identificou o histórico criminal de Ricardo pelos crimes de alienação parental, ameaça, desacato, desobediência e resistência.