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Sexta-feira, 16 de maio de 2025

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INQUÉRITO INSTAURADO

MP abre investigação sobre suposta compra de votos pela presidência da FMF

Foto: Reprodução

MP abre investigação sobre suposta compra de votos pela presidência da FMF
O Ministério Público do Estado (MPE) instaurou um Inquérito Civil para investigar possíveis irregularidades na gestão e no processo eleitoral da Federação Mato-Grossense de Futebol (FMF), atualmente presidida por Aaron Dresch, patriarca da família Dresch, a qual é a dona do Cuiabá Esporte Clube. Nesta quarta-feira (16), o promotor Renee do Ó Souza considerou que, se comprovadas tais contundas - como suposta negociação de votos na eleição -, a legalidade do processo eleitoral ficaria comprometida, como também o interesse social do futebol do estado vinculado à federação.


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A investigação visa apurar o descumprimento de normas estatutárias, a falta de transparência no pleito, e a possível compra de votos, em atenção à Lei Geral do Esporte e aos princípios da legalidade e moralidade.

Para tanto, foram determinadas diversas diligências, como a análise de contratos com entes públicos, o levantamento de ações judiciais contra a FMF, e a requisição de documentos e informações à federação. Adicionalmente, foram recomendadas medidas preventivas à FMF para garantir a lisura e a transparência do processo eleitoral. O objetivo final é assegurar a regularidade e a legitimidade das eleições na entidade esportiva.

No começo do mês, veio à tona uma denúncia feita por um torcedor anônimo ao Ministério Público, apontando que a Federação, presidida por Dresch, estaria negociando votos antecipadamente com dirigentes de clubes e ligas filiadas. O objetivo seria a manutenção no poder da entidade, que, procurada pelo Olhar Direto, negou conhecer as acusações.

Segundo a denúncia, um funcionário da FMF identificado como E.H. estaria visitando cidades do interior de Mato Grosso para obter apoio à reeleição de Dresch, antes mesmo da publicação do edital de convocação da eleição, que ainda não tem data marcada. O torcedor ainda menciona a possível oferta de valores em espécie como forma de convencer os dirigentes.

Outra questão levantada é a falta de transparência do processo eleitoral. Até o momento, a FMF não teria divulgado a lista de eleitores aptos a votar nem o edital de convocação da Assembleia Geral, o que, segundo acusação, reforçaria indícios de suposta negociação.

Diante dos fatos, o denunciante solicitou que o MPE realize diligências para apuração das denúncias, determine a publicação das regras da eleição e investigue uma possível compra de votos. O pedido foi encaminhado em caráter de urgência no último dia 25 ao Procurador-Geral de Justiça, Rodrigo Fonseca, chefe do MPE.

Procurada, a FMF afirmou que não expressaria nenhum posicionamento oficial pois não recebeu nenhuma notificação acerca das referidas acusações. Já o Ministério Público informou que, diante da semana de correição no órgão, ainda não recebeu ou tomou conhecimento do documento.

Aron Dresch, patriarca da família que é proprietária do Cuiabá Esporte Clube, foi eleito presidente da FMF pela primeira vez em 2017. Na época, ele teve a candidatura impugnada por questionamento às validades das assinaturas dos presidentes dos clubes, mas uma manobra permitiu que os próprios clubes o reintegrassem à disputa.

A eleição também envolveu peculiaridades como a inelegibilidade de voto de alguns clubes, ainda assim ele foi eleito.

Em 2021, foi reeleito com o apoio de com o apoio de 4 vice-presidentes, Geandre Bucair (Dom Bosco), Carlos Rufino (União), Helmute Lawisch (Luverdense) e Márcio Alencar (Mixto). Apesar de ter prometido o fim de longos mandatos na federação, a reeleição contradiz seu discurso anterior. 
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