O Ministério Público do Estado (MPE) constatou que sete alvos da Operação Apito Final, deflagrada contra esquema do Comando Vermelho que lavou R$ 65 milhões do tráfico de drogas em MT, violaram as respectivas tornozeleiras eletrônicas e, por isso, pediu que o monitoramento do grupo seja prorrogado. Um deles arrebentou a cinta do aparelho e, diante da falha gravíssima, o órgão pediu que ele seja preso preventivamente.
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Em manifestação assinada no último dia 10, o promotor Francisco Gomes de Souza Junior pediu a prorrogação do monitoramento contra Cristiane Patrícia Prins, esposa de Paulo Witer Farias, o WT, principal alvo da operação, de Thassiana Cristina de Oliveira, ex-esposa de Cleyton Cesar Ferreira de Arruda, Fabiana Cerqueira dos Santos, Mayara Bruno Soares Trombim e Tayrone Júnior Fernandes Souza.
Thassiana Cristina Oliveira é acusada de, ao lado de seu ex-marido, Cleyton Cesar, de encobertar a origem do dinheiro sujo obtido por ele em favor do Comando Vermelho, sendo que sabia das práticas dele, uma vez que nenhum possuía emprego forma, mas realizam movimentações bancárias exorbitantes e possuem veículo de luxo.
Ainda segundo ação, apartamento de luxo adquirido por Paulo Witer no Edifício Artur, em Cuiabá, foi colocado em nome de Thassiana.
Já conhecido das forças policiais por integrar organização criminosa destinada a lavagem de capitais, Cleyton foi identificado como membro ativo da organização chefiada por Paulo Witer, sendo responsável pela movimentação financeira e pagamentos realizados em prol dele e de seu time, o “Amigos WT”.
O promotor constatou que ele cometeu violações gravíssimas ao aparelho, como o rompimento da cinta da tornozeleira em duas ocasiões distintas (01/03/2025 e 16/02/2025), além de detecção de corpo estranho e detecção de metal em diversos períodos e, também, ausência de sinal GPS.
“Consta registro de rompimento da cinta por mais de 23 horas entre os dias 16/02 a 17/02, situação essa que evidencia comportamento deliberado do réu em frustrar o sistema de monitoramento eletrônico e, por consequência, torna-se imperioso que haja a revogação de referida medida”, anotou o promotor, pedindo que ele seja novamente preso preventivamente.
A Operação Apito Final desarticulou um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro que movimentou R$ 65 milhões em dois anos. O alvo principal da operação era Paulo Witer Farias Paelo, apontado nas investigações como líder do esquema. Witer foi capturado quando participava de um jogo de futebol, em Maceió, junto com outros três suspeitos de integrar a organização. Casas de luxo, carros de alto padrão, apartamentos na praia, time de futebol amador, empresas de fachada e laranjas foram usados por WT, tesoureiro geral do CV, para executar o esquema milionário.