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Quarta-feira, 23 de abril de 2025

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PANDEMIA, SECA E GUERRA NA UCRÂNIA

Proprietária de 1.300 hectares em MT, família do agro entra em RJ por R$ 60 milhões em dívidas

Foto: Reprodução

Proprietária de 1.300 hectares em MT, família do agro entra em RJ por R$ 60 milhões em dívidas
A família Martins, composta por produtores rurais do norte de Mato Grosso, entrou em recuperação judicial com objetivo de viabilizar a renegociação de R$ 60 milhões em dívidas e, assim, evitar a falência. Em decisão proferida no último dia 3, a juíza Giovana Pasqual e Mello, da 4ª Vara Cível de Sinop, deferiu a medida pleiteada em fevereiro por Maurício, Silvânia e Handrigo Martins — integrantes do chamado Grupo Martins.


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O Grupo atua no agro com foco na produção de soja em Marcelândia, onde mantém também seu centro administrativo. Na petição inicial, a família relatou acúmulo de problemas que culminaram no cenário de inviabilidade financeira.

Proprietário de aproximadamente 1.300 hectares no município, distribuídos entre a Fazenda Kurizevu B, a Gleba Maiká, Sítio Vale do Rio Macaco e Sítio Vale do Rio, o Grupo apresentou à Justiça dívidas de R$ 60.208.856,11.

Apontaram como principais causas da crise a instabilidade nos preços das commodities, alta nos custos de insumos diante dos aumentos acima da inflação, eventos climáticos extremos como as quebras de safra causadas por secas severas, os efeitos da pandemia da Covid-19, a Guerra na Ucrânia, recessão nacional e aumento das taxas de juros das instituições financeiras.

A trajetória rural da família Martins começou no Paraná na década de 1940 com os patriarcas Antonia Baldin e Ermenegildo Martins, filhos de imigrantes italianos, que se instalaram em Marcelândia em 1978, quando adquiriram 250 alqueires na região que ainda era carente de infraestrutura.

Com o passar dos anos, os membros do clã alternaram entre a pecuária e o setor madeireiro, estabelecendo-se definitivamente na agricultura em 2007. A profissionalização das atividades foi impulsionada pela formação de Handrigo em Agronomia, em 2018, e pela instalação da unidade da COFCO International na cidade, o que facilitou o escoamento da produção.

Mesmo com o aumento da produtividade e adoção de técnicas modernas, a família afirmou que as razões referidas inviabilizaram o cumprimento dos compromissos financeiros firmados com os credores. Destacam, ainda, que adotaram medidas como venda de patrimônio e modernização dos processos produtivos, mas sem êxito na reversão do quadro de crise.

Examinando o pedido, a juíza Pasqual de Mello, então, verificou que o grupo preencheu todos os requisitos para o deferimento e concedeu o processamento da recuperação. Suspendeu todas as ações e execuções em curso por seis meses, e deu 60 dias para que os Martins apresentem um plano de soerguimento aos credores.
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