Em defesa do Poder Judiciário, o novo desembargador do Tribunal de Justiça (TJMT), Deosdete Cruz Júnior classificou como naturais as críticas enfrentadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas ponderou que a Justiça é acionada para agir quando o Legislativo se omite.
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Empossado nesta sexta-feira (8) como magistrado da Corte estadual, Deosdete, que é promotor de Justiça e comandou o Ministério Público nos últimos dois anos, comentou sobre a crise de imagem enfrentada pelo STF no país, em relação às críticas que se intensificaram desde a rusga iniciada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e a respeito dos próprios ministros, que são acusados de usarem o Judiciário para legislarem.
“O STF, na verdade, tem sofrido críticas, e elas são naturais, porque o Congresso se omite em relação a posições relevantes para a comunidade”, avaliou Cruz.
Temas sensíveis como o aborto, descriminalização das drogas e as condenações dos participantes dos atos do 8 de Janeiro colocam o Supremo na mira dos ataques, o que, na visão do novo desembargador, não deve ser fator de omissão por parte dos magistrados.
“O Poder Judiciário não pode se omitir e acaba assumindo esse protagonismo onde a sociedade deveria ter respostas mais ágeis do próprio Congresso Nacional”, completou.
Deosdete foi nomeado como desembargador pelo governador Mauro Mendes (União), na semana passada. Na manhã de ontem, então, ocorreu a sua cerimônia de posse. Antes da assinatura do governador, ele passou por escrutínio no próprio Tribunal de Justiça e, na sessão do Pleno, todos os desembargadores votaram em seu nome para adentrar na Corte.