A Imagem Eventos, empresa de Cuiabá, protocolou um pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira (30), apenas dois dias antes do baile de formatura dos estudantes de Medicina da Univag, programado para este sábado (1). Diante da crise financeira, a empresa comunicou que a festa precisaria ser remarcada, deixando mais de mil convidados em situação de incerteza, conforme denúncias recebidas pelo
Olhar Direto.
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As formaturas da Univag e da Unic, agendadas para os dias 1º e 8 de junho, estão sob risco de cancelamento devido a um possível calote da empresa. Os formandos da Univag afirmam ter investido mais de R$ 1,2 milhão na festa e foram surpreendidos com o comunicado da Imagem Eventos apenas na véspera do baile, informando que não poderia realizar o evento por dificuldades financeiras.
O advogado da empresa, Marcos Gomes da Silva, alegou que a decisão de pedir recuperação judicial foi tomada diante da crise econômica e refutou qualquer acusação de calote. Segundo ele, havia a expectativa de que acordos permitissem a realização dos eventos, mas, nos últimos momentos, a situação financeira da empresa se tornou insustentável.
"A empresa me garantiu que não vai fugir de suas obrigações. Os eventos que puderem ser remarcados, serão. Quem pretende dar um calote não deixa quase todos os fornecedores pagos e ainda entra com pedido de recuperação judicial", afirmou o advogado.
No entanto, os formandos questionam o prazo do comunicado, já que todas as outras etapas do evento — aula da saudade, culto ecumênico e jantar com os pais — ocorreram normalmente. Além disso, a reportagem apurou que apenas 30% do valor total do contrato foi repassado aos fornecedores até a semana da formatura.
A crise também pegou funcionários da empresa de surpresa. Na manhã desta sexta-feira (31), ao chegarem para trabalhar, encontraram a sede da Imagem Eventos fechada.
Em comunicado enviado nesta sexta-feira (31) aos envolvidos, a empresa alegou enfrentar dificuldades financeiras e sugeriu o reagendamento dos bailes. Caso as comissões optem pela rescisão dos contratos, prometeu devolver os valores pagos, seguindo critérios que serão estabelecidos no processo de recuperação judicial.
O advogado da empresa justificou que a crise teve origem na pandemia da Covid-19, quando houve uma redução drástica de receitas devido às restrições a eventos. Ainda assim, segundo ele, a Imagem Eventos manteve compromissos com fornecedores e colaboradores.
A empresa argumentou que a recuperação judicial busca permitir a reorganização financeira e o cumprimento de suas obrigações, considerando também a inadimplência de formandos e o alto número de rescisões contratuais.
"A Imagem Eventos manifesta a intenção de reagendar os eventos ainda não realizados, pois a realização imediata é inviável. Caso a turma opte pela rescisão do contrato, a empresa se compromete a devolver os valores pagos conforme os critérios estabelecidos no processo de recuperação judicial. A notificação foi enviada neste momento devido à necessidade de reorganização financeira", informou a empresa.
Para evitar um prejuízo ainda maior, os fornecedores e a comissão da Univag agendaram uma reunião emergencial nesta sexta-feira para tentar viabilizar algum tipo de evento alternativo.